
A diretora do Instituto Cultural de Macau (ICM), Leong Wai Man, destacou o "grupo de percussão jovem" Porbatuka e o projeto Portugal Artfusion, que "mistura fado, música contemporânea portuguesa e dança" no espetáculo Saudade.
Numa conferência de imprensa, o ICM revelou que o programa inclui ainda a companhia portuguesa Teatro Só, que vai apresentar o espetáculo Sorriso.
O desfile terá cerca de 1.800 artistas, incluindo 23 grupos convidados de 15 países e regiões, entre os quais Itália, Egito, Polinésia, Marrocos, Espanha, Índia, França, China continental e Hong Kong.
O ICM destacou o espetáculo 'The Gipsy Marionettist' (O Marionetista Cigano), de Rasid Nikolic, um artista de etnia cigana nascido na Bósnia-Herzegovina, o grupo de dança folclórica argentina Argendance e um grupo alemão de circo.
O evento vai contar ainda com 60 grupos locais, escolhidos entre 90 candidatos, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa 'Macau no Coração' e a Casa do Brasil em Macau.
Leong destacou um dos grupos locais, a Casa de Portugal em Macau, que vai apresentar um espetáculo inspirado nos Caretos de Podence, que estiveram na região semiautónoma chinesa para a quinta edição do desfile, em 2015.
O desfile é um dos eventos internacionais organizados para marcar a nomeação de Macau como nomeada como Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025, uma iniciativa conjunta da China, Japão e Coreia do Sul.
A iniciativa Cidade Cultural da Ásia Oriental distingue anualmente duas cidades chinesas, uma japonesa e uma sul-coreana. Além de Macau, este ano foram escolhidas Huzhou, no leste da China, Kamakura, no centro do Japão, e Anseong, no centro da Coreia do Sul.
Como tal, o desfile vai contar com um grupo que organiza cortejos de samurais em Kamakura, e com o grupo Namsadangnori, que preserva em Anseong um espetáculo tradicional sul-coreano que combina acrobacia, canto, dança e circo.
O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de três horas e meia, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado.
Antes do desfile, entre 16 e 22 de março, os grupos irão participar numa série de oito atividades de rua e de arte na comunidade.
Leong recusou-se a revelar o orçamento para este ano, alegando que é "informação confidencial", uma vez que vai ser financiado na totalidade pelas seis concessionárias de casinos em Macau.
O orçamento no ano passado foi de cerca de sete milhões de patacas (820 mil euros), menos de um terço do que na última edição, em 2019 (23,3 milhões de patacas ou 2,73 milhões de euros).
O desfile regressou em 2024, após um interregno de quatro anos devido à pandemia de covid-19, tendo então mudado do final do ano para a primavera.
O orçamento inclui um subsídio entre 15 mil e 120 mil patacas (entre 1.750 e 14 mil euros) para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor atuação, melhor tema e melhor criatividade.
Leong disse ter confiança que o desfile possa atrair 150 mil pessoas às ruas de Macau, e lembrou que o evento irá ser transmitido em direto em várias televisões locais e do exterior, com um potencial público alvo de 100 milhões de espetadores.