'Os Maias', um bailado em três atos criado por Fernando Duarte, diretor da CNB, com estreia prevista para 16 de outubro no Teatro Camões, em Lisboa, onde terá dez apresentações até dia 26 de outubro, irá liderar o arranque da temporada da companhia que se prepara para celebrar 50 anos em 2027.

O espetáculo, com coreografia e dramaturgia de Fernando Duarte sobre a obra homónima do escritor Eça de Queiroz (1845-1900), contará com o pianista António Rosado e solistas da Orquestra de Câmara Portuguesa, segundo o programa da temporada enviado à agência Lusa.

A nova peça coreográfica concretiza uma das propostas manifestada pelo diretor da CNB no seu projeto para companhia, de "unir a grande literatura portuguesa à expressividade única e à narratividade própria da dança".

A obra irá em digressão internacional em 2026, estando prevista a presença no Lodz Ballet Festival, na Polónia, entre outros locais a confirmar.

Com curadoria musical de Andrea Lupi, cenografia de José Manuel Castanheira, figurinos de José António Tenente, desenho de luz de Vítor José e videografia de Cristina Piedade, a peça terá estreia com música ao vivo.

No seu todo, a nova temporada da CNB propõe uma viagem plural pela criação coreográfica, entre o património da dança e a contemporaneidade, com a revisitação de títulos históricos, como 'Romeu e Julieta' e 'O Lago dos Cisnes', "após muitos anos ausentes dos palcos" portugueses.

Estes dois últimos bailados clássicos preveem um total de 12 apresentações, e contarão com a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Cesário Costa, prevendo-se ainda, durante a temporada, estreias nacionais de nomes de destaque da dança internacional e novas criações de coreógrafos emergentes.

Em circulação estarão os programas 'Quatro cantos num soneto/ Minus 16', com coreografias de Fernando Duarte em co-criação com bailarinas da CNB e Ohad Naharin, e 'Stravinsky Violin Concerto/Minus 16', de George Balanchine e Naharin, em Paredes, Tavira, Penafiel e Braga, no arranque da temporada, nos meses de setembro e outubro.

Em dezembro, subirá à cena 'Romeu e Julieta', com coreografia de John Cranko e música de Prokofiev, numa produção integrada no ciclo 'Grandes Clássicos', com a Orquestra Sinfónica Portuguesa sob direção de Cesário Costa.

Fevereiro trará o programa 'Grandes Mestres', que reúne três obras de referência da dança internacional: 'Four Reasons', de Edward Clug, 'Sleight of Hand', da dupla de coreógrafos Lightfoot & León, e 'Symphony in C', de George Balanchine, as duas últimas em estreia absoluta em Portugal.

Em março, a CNB também levará 'Os Maias' ao Teatro Rivoli do Porto, em datas ainda a confirmar.

Em abril, regressará 'O Lago dos Cisnes', desta vez na versão coreográfica de Fernando Duarte, acompanhada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, interpretando a música de Tchaikovsky, e por um filme de Edgar Pêra, no Teatro Camões, em Lisboa.

Em destaque na programação, estará também o programa 'Only Duos', a partir de maio de 2026, que inclui excertos de 'Le Parc', de Angelin Preljocaj, em estreia em Portugal, 'O Espectro da Rosa', de Michel Fokine, e três novas criações em estreia absoluta, assinadas pelos coreógrafos Miguel Ramalho, Wubkje Kuindersma e Joseph Toonga.

Este programa leva a dança a várias cidades, entre as quais Viseu, Aveiro, Castelo Branco, Évora e Tavira.

O programa de encerramento da temporada no Teatro Camões acontece em julho, com o ciclo 'CNB Dance Forward', dedicado à nova criação.

O diretor da CNB, num texto de apresentação da próxima temporada, com o lema 'Celebrar a emoção', define-a como "a antecâmara da grande celebração dos 50 anos de contínua atividade artística" da companhia.

"Tal como sempre se manifestou evidente na sua trajetória de quase meio século de inquestionável excelência, a nova temporada posiciona-se no convidativo espaço para a novidade, sem deixar de simultaneamente enaltecer a revisitação do seu valioso património", resume Fernando Duarte.

A programação foi desenhada para "consolidar a presença de novos públicos, fortalecer as sinergias entre o passado e o presente, entre a memória e a expectativa, entre a intemporalidade classicista e a permeabilidade à contemporaneidade, entre a atualização de uma tradição universal e a criação de novos paradigmas e campos de experimentação", justifica o responsável.

"Se por um lado estará presente de forma transversal a dimensão trágico-romântica que esteve na base de grandes clássicos que alcançaram o seu lugar cimeiro nas peças narrativas que encantaram públicos de todo o mundo, há também propostas programáticas que se revestem da vontade de enriquecer o repertório da CNB com obras de significativa relevância mundial", sustenta Fernando Duarte.

Por outro lado, "mantém-se a desejada janela de abertura à criação original e à oportunidade dada a jovens criadores e a novos talentos", acrescenta o diretor.

Ainda sobre os desígnios da CNB para a temporada 2025/2026, estão "o fortalecimento da relação com a grande música e com a destacada participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, do Teatro Nacional de S. Carlos, e a Orquestra de Câmara Portuguesa", assinala.

Outras atividades previstas para "estabelecer ou intensificar uma relação direta e também multidisciplinar com os vários públicos", estendem-se desde a partilha de saberes e de vivências nas conversas pré e pós-espectáculos da programação, "Ateliers de Aproximação à Dança, e o novo Clube de Leituras Dançadas em novos contextos.

Continuarão a decorrer as aulas e ensaios abertos, visitas guiadas ao Teatro Camões e ao novo Circuito Interpretativo da História e do Património da CNB.

A programação completa da nova temporada 2025/2026 da CNB está disponível a partir de hoje em www.cnb.pt.