"É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento do nosso amado pai, Sly Stone, dos Sly and the Family Stone", revelou a família, em comunicado.

O multi-instrumentista, que também lutava contra o abuso de drogas, liderou a banda Sly and the Family Stone, uma banda de rock multirracial e mista, uma raridade na década de 1960.

A banda realizou um concerto memorável no Festival de Woodstock, em agosto de 1969, chegando ao palco pouco depois das 03:00 da madrugada do terceiro dia do lendário evento.

"Considerando a sua atuação tardia, Sly and the Family Stone estava notavelmente descansado e em boa forma", apontou o 'site' do festival.

"O espetáculo de Woodstock é amplamente considerado uma das suas melhores atuações", acrescentou.

Em apenas cinco anos, a sua criatividade deixou um impacto indestrutível na música norte-americana e global, desde o primeiro êxito da banda, 'Dance to the Music', em 1967, e a canção 'Everyday People', um ano depois, até à obra-prima do dos anos 70, 'If You Want Me to Stay'.

Para muitos, Sly Stone foi um génio musical que criou o som do futuro e lançou as bases para artistas como Prince, Miles Davis, Red Hot Chili Peppers e OutKast.

Foi "como ver uma versão negra dos Beatles", destacou a lenda do funk George Clinton à CBS News sobre a presença em palco do seu amigo de longa data.

"Tinha a sensibilidade das ruas, a sensibilidade da igreja e as qualidades da Motown. Era tudo isto numa só pessoa", salientou.

No entanto, Sly Stone teve dificuldades em lidar com a pressão da fama e caiu no vício das drogas. Falhou concertos, a produção musical tornou-se irregular e a banda separou-se em 1973.

Detido várias vezes devido a problemas com drogas, chegou a ficar sem-abrigo durante algum tempo, vivendo numa carrinha, antes de finalmente se libertar da espiral descendente. Nas memórias, publicadas em 2023, afirmou que se tinha livrado do vício com sucesso em 2019.

Sly and the Family Stone foi introduzido no Rock & Roll Hall of Fame em 1993.