O segundo maior banco de Itália, o UniCredit, anunciou nesta quarta-feira que teve um segundo trimestre de resultados “excelentes”, contribuindo para uma primeira metade do ano recorde em lucros. O banco registou um resultado líquido de 3,3 mil milhões entre abril e junho, o que perfaz um lucro de 6,1 mil milhões no semestre inteiro.

Mesmo excluindo acontecimentos extraordinários, o resultado trimestral ascendeu a 2,9 mil milhões, com o total dos seis meses em 5,7 mil milhões. Estes números traduzem-se num crescimento de 8% em termos homólogos. A instituição destaca o RoTE de 24,1% atingido no trimestre, mais 4,3 pontos percentuais (pp) quando comparado com o mesmo período de 2024.

As receitas ‘core’ do banco fixaram-se em 5,9 mil milhões no segundo trimestre, uma subida de 1,3% em termos homólogos. Já a margem financeira teve uma quebra de 0,3% em cadeia para 3,5 mil milhões. O banco salienta o desempenho da mesma tendo em conta a baixa da Euribor ao longo do trimestre. Em comparação com o mesmo período de 2024, a margem financeira encolheu 2,8%.

Olhando para as receitas de comissões, o banco observou uma quebra anual de 1% neste segundo trimestre. Contudo, o total dos seis meses supera o período homólogo em 3,6%. Em particular, salienta, as comissões da banca de investimento tiveram uma subida de 8,8% face ao ano anterior. Os rendimentos de comissões foram 35% do total de receitas brutas, informa o UniCredit.

Do lado das despesas, estas aumentaram 0,7% tanto trimestral como anualmente, totalizando 2,3 mil milhões entre abril e junho. O banco destaca um rácio de eficiência, apesar de este ter subido 1,5 pp face ao trimestre homólogo.

Sobre estes items, a instituição realça que estes impactaram os resultados do trimestre, especialmente com a consolidação da posição adicional de 9,9% no Commerzbank e a aquisição completa dos produtos de seguros de vida.

O UniCredit apresentou um rácio CET1 de 16% nos três meses terminados em junho, abaixo dos 16,2% de junho do ano passado.

Estes resultados surgem um dia após o UniCredit ter deixado cair a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o rival doméstico Banco BPM, avaliada em mais de 14 mil milhões de euros. O banco explicou que não está “satisfeito” com as condições impostas pelo Governo italiano, mesmo depois das decisões judiciais que reduziram as mesmas e da suspensão da OPA por 30 dias horas antes da decisão do banco.