A bolsa portuguesa bateu, em maio, recordes de capitalização. As empresas cotadas em bolsa alcançaram um valor de mercado de 67,8 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde dezembro de 2013, de acordo com o Banco de Portugal (BdP). Analisando em detalhe, entre abril e maio, o setor financeiro da bolsa cresceu perto de 1,85 mil milhões para 10,6 mil milhões de euros, o que equivale a uma valorização de 21,17%.

O banco central destaca esta evolução da bolsa nacional, sublinhando que este valor recorde é alcançado quando há menos 18 empresas cotadas do que em dezembro de 2013. No que toca ao setor não financeiro, este teve uma subida de 1,88 mil milhões em termos de capitalização, para 57,3 mil milhões, o que representa um crescimento de 3,39% face ao mês de abril. O Banco de Portugal indica que, entre dezembro de 2013 e maio de 2025, 90% das variações de preço relativas em final de mês das ações de empresas cotadas ficaram entre -5% e 5%.

Segundo os dados revelados pelo BdP, é possível averiguar que 90% do valor de mercado das ações de entidades residentes cotadas na bolsa portuguesa pertencem a quatro setores de atividade. As indústrias transformadoras, a eletricidade, gás e água e comércio e reparação eram, em maio, responsáveis por 74% do valor de mercado.

Já as atividades financeiras e de seguros apareciam em quarto lugar, com uma representação de 16%. Assim, realça o supervisor bancário, o setor das “atividades financeiras e de seguros foi, em termos relativos, o que mais variou nos últimos cinco anos, passando de 3,5 mil milhões de euros, em dezembro de 2019, para 10,6 mil milhões, em maio de 2025”.

Sobre o perfil dos investidores, sabe-se que, em abril, 75% do valor de mercado está nas mãos de investidores não residentes. Este valor encontra-se acima dos 69% de dezembro de 2013, mas abaixo dos 78% de dezembro de 2019 e dezembro de 2022 e dos 76% de dezembro de 2016. Enquanto as empresas não financeiras detinham 10% das ações, um aumento de 4 pontos percentuais face ao final de 2013, o setor financeiro viu o seu peso cair de 13% para 6% no mesmo período.

No final de maio, o valor dos títulos de dívida emitidos por entidades residentes era de 314,5 mil milhões, mais 6,9 mil milhões de euros do que no mês anterior. O BdP justifica que isto se deve, principalmente, aos títulos de dívida pública e das empresas não financeiras, cujas emissões excederam as amortizações em 3,9 mil milhões e 1,5 mil milhões, respetivamente.

Sabe-se ainda que existem 82 títulos de dívida ESG vivos no país, que totalizam 14,7 mil milhões de euros. Isto equivale a 4,7% do ‘stock’ total de títulos de dívida emitidos por residentes. Em maio, as emissões de títulos ESG excederam as amortizações em 787 milhões de euros.