As receitas de Moçambiquye com a produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) aumentaram 21,8% em 2024, mas o Governo espera uma queda este ano e no próximo. De acordo com dados do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), documento recentemente aprovado pelo Governo, as receitas totalizaram em 2024 91,8 milhões de dólares, equivalentes [...]

As receitas de Moçambiquye com a produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) aumentaram 21,8% em 2024, mas o Governo espera uma queda este ano e no próximo.
De acordo com dados do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), documento recentemente aprovado pelo Governo, as receitas totalizaram em 2024 91,8 milhões de dólares, equivalentes a 5,87 mil milhões de meticais (78,1 milhões de euros).
“Para 2025 e 2026, projecta-se uma redução de 13,8% e 16,4%, respectivamente, face a 2024”, lê-se no documento, aprovado em Conselho de Ministros em 24 de Junho, estimando respectivamente receitas de 79,2 milhões de dólares ou 5,06 mil milhões de meticais (67,3 milhões de euros) em 2025 e 76,8 milhões de dólares ou 4,97 mil milhões de meticais (66 milhões de euros) em 2026.
As receitas do Estado com o GNL incluem bónus de produção, Imposto sobre a Produção de Petróleo, ‘royalties’ e lucro de petróleo.
“Esta diminuição decorre da estabilização da produção combinada com a expectativa de preços menos favoráveis no mercado internacional, refletindo-se numa variação negativa da receita do Estado proveniente do GNL nesses anos”, acrescenta o documento, nas suas previsões para o sector.
No CFMP, o Governo refere que “a receita do Estado, principal componente dos recursos internos, deverá aumentar de 417,4 mil milhões de meticais [5.56 mil milhões de euros] em 2026 (25,4% do PIB [Produto Interno Bruto]) para 492,2 mil milhões de meticais [6.55 mil milhões de euros] em 2028 (25,7 % do PIB)”.
“As receitas provenientes da exploração do GNL, cuja parcela orçamental representa 60% da receita líquida, deverão situar-se em cerca de 0,3% do PIB ao longo do período, reflectindo a maturação gradual da produção e o enquadramento jurídico do Fundo Soberano”, este último em operacionalização desde 2024.
Moçambique tem três megaprojectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de GNL da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies, ainda suspenso devido a questões de segurança, e outro da ExxonMobil, que aguarda decisão final de investimento, ambos na península de Afungi.