
Os profissionais de saúde de Moçambique anunciaram uma nova greve a partir de Quinta-feira, 17 de Abril, ameaçando apenas cumprir oito horas de serviço e a não trabalhar aos fins de semana, em reivindicação a horas extras.
Em conferência de imprensa, em Maputo, o presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), Anselmo Muchave disse que estão a ter diálogo, mas não há honestidade, então no meio de falta de concretização da honestidade partirão para a greve.
Segundo Anselmo Muchave, em causa estão as exigências da APSUSM, que há três anos pede que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, face à necessidade, em alguns casos, de serem adquiridos pelos pacientes, bem como a aquisição de camas hospitalares.
A nova greve que arranca em 17 de Abril, disse Muchave, vai consistir na alteração dos horários dos profissionais de saúde que, passarão a entrar das 07:00 às 15:30 locais “segundo o horário estabelecido pela lei”, com observância de 30 minutos de intervalo.
Outras reivindicações, informou, passam pela resolução da “falta de alimentação”, o equipamento de ambulâncias com materiais de emergência e equipamentos de protecção individual não descartáveis, cuja ausência vai “obrigando os funcionários a comprarem do seu próprio bolso”, pagamento de horas extraordinárias, além de um melhor enquadramento no âmbito da Tabela Salarial Única (TSU).
Na considerada primeira fase na nova vaga de reivindicações, a APSUSM pede também aos profissionais de saúde que não receberam materiais médicos, incluindo uniformes, para se fazerem às unidades sanitárias apenas para assinar as presenças e permanecer no interior das mesmas, sem “interferir” no seu funcionamento.
Outra medida pedida durante os 30 dias, diz a Lusa, é a suspensão dos trabalhos em turno e escalas de finais de semana, que “passam para a responsabilidade do Ministério da Saúde”.