
Os preços da habitação continuam em rota ascendente em Portugal. Os dados revelados pelo INE nesta quarta-feira indicam um crescimento de 18,7% no preço mediano das casas no primeiro trimestre do ano. Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 4,3%. O preço por m2 fixou-se em 1951 euros no país inteiro.
As regiões onde os custos da habitação são mais altos continuam a ser a Grande Lisboa, Algarve, Região Autónoma da Madeira, Península de Setúbal e Área Metropolitana do Porto. Estas regiões tiveram, no entanto, taxas de variação homóloga inferiores à nacional, com exceção da Região Autónoma da Madeira, onde os custos subiram 23,1%.
A região onde houve maior aumento do preço foi no Alto Alentejo, onde disparou 51,6% face ao mesmo período de 2024. Do lado oposto está o Alto Tâmega e Barroso com um aumento de 4,5%. Por sua vez, as Beiras e Serra da Estrela têm o menor preço mediano, situado nos 698 euros por m2.
No que toca ao número de transações, estas também não tendem a abrandar. Entre janeiro e março, houve mais 24,9% de aquisições de habitação em Portugal, tendo totalizado 40163. As regiões com maior subida de transações são o Ave, com 40,4%, o Alto Minho, em 36%, e o Baixo Alentejo, com 34,6%. As regiões da Grande Lisboa e da Área Metropolitana do Porto concentraram 35,6% das transações no primeiro trimestre, adianta o INE.
Nos 12 meses terminados em março de 2025, 50 municípios tiveram um preço mediano superior à média nacional. Dentro das regiões mais caras, todos os municípios da Grande Lisboa estavam neste patamar, bem como sete dos 17 da Área Metropolitana do Porto. No Algarve, apenas dois dos 16 municípios não estavam acima da média nacional e, na Península de Setúbal, só um município escapa a esta tendência. Por freguesia, Santo António, em Lisboa, apresenta o valor mais elevado, chegando a 5958 euros por m2.
A maior diferença de preço mediano entre municípios, nos 12 meses terminados em março deste ano, dá-se entre Lisboa e Figueira de Castelo Rodrigo.
Diferença de preço para estrangeiros é maior nas zonas mais caras
De acordo com os dados revelados pelo INE, o valor mediano de alojamentos comprados por pessoas com domicílio fiscal estrangeiro foi de 2573 euros por m2, o que equivale a um aumento de 14,5%. Já as transações com residentes nacionais foram de 1931 euros por m2, mais 19,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Analisando mais em detalhe, é possível observar que os compradores estrangeiros pagam mais pelas habitações nas regiões mais caras. Na Grande Lisboa, o valor mediano das transações efetuadas por pessoas com domicílio estrangeiro superou em 52,5% o das transações dos compradores nacionais. Na Área Metropolitana do Porto, este valor foi de 32,3%.