A Oitante, gestora do património restante do Banif, obteve no ano passado um lucro de 26,2 milhões de euros, menos 16,8% do que em 2023. Em comunicado, a empresa, que é detida a 100% pelo Fundo de Resolução (FdR), detalha que teve uma receita de 67,5 milhões de euros "resultante da venda de ativos imobiliários, recuperação de crédito e rendimentos financeiros".

Já o resultado operacional caiu 19% face a 2023 para 22,6 milhões de euros, "refletindo o processo de desinvestimento".

Os juros de instrumentos de curto prazo suportaram os resultados financeiros de 4,6 milhões de euros, que se mantiveram "estáveis face ao exercício anterior", refere a Oitante.

Face aos resultados, atingidos com uma "gestão eficiente dos seus ativos, alinhada com os objetivos delineados aquando da sua constituição", o conselho de administração da Oitante propôs a distribuição de um dividendo no valor de 13,1 milhões de euros.

A gestora acrescentou que este valor do dividendo poderá ser revisto em alta "até à totalidade do resultado do exercício" e recordou que o total pago entre 2020 e 2024 ascendeu a 150 milhões de euros.

"Estes resultados demonstram a eficácia do modelo operacional adotado pela Oitante e a sua capacidade para devolver valor ao acionista, enquanto assegura uma gestão rigorosa e responsável dos ativos sob sua alçada", disse a empresa em comunicado.

A empresa Oitante foi criada pelo Banco de Portugal, em dezembro de 2015, no âmbito da resolução do Banif, para gerir os ativos que pertenciam ao Banif e que o Santander Totta não comprou (imóveis com imparidade, crédito malparado, participações financeiras em empresas com atividade deficitária ou em processo de venda).

O Fundo de Resolução detém a totalidade do capital da Oitante, sendo que os pagamentos (relativos às distribuições de lucros e de reservas) "contribuem para a redução dos prejuízos de 489 milhões de euros" que o Fundo de Resolução suportou na resolução do Banif, referiu o comunicado.