O Novobanco inaugurou uma exposição de fotografia, “Momentos da Humanidade”, no espaço da Coleção que o banco tem na Praça Marquês de Pombal nº 3A, em Lisboa.

Da coleção de fotografia do Novobanco, considerada umas das 80 melhores coleções corporativas de todo o mundo, foram selecionadas várias obras para esta exposição que explora a representação humana através do retrato.

Foram escolhidas em concreto 16 obras da Coleção de Fotografia do Novobanco de 9 artistas de referência internacional: Robert Frank; Wolfgang Tillmans; Hans-Peter Feldman; Philip-Lorca diCorcia; Hellen Van Meene; Martha Wilson; Pierre Gonnord; Kimsooja e Barbara Kruger.

A exposição tem curadoria de Alexandra Conde, responsável pela coleção de fotografia do Novobanco, que fez para a Forbes uma visita guiada ao acervo.

A coleção de obras de arte com base em fotografias do Novobanco conta com mais de 1.000 obras de 300 artistas de várias gerações e 38 nacionalidades

Alexandra Conde explica que o que se encontra nesta amostra vai para lá da fotografia “pura e dura”: são obras, algumas avaliadas em milhões de euros e do tamanho de uma parede, que recorrem a diferentes técnicas, em que as fotografias são combinadas com pintura e com recortes.

Alexandra Conde, responsável pela coleção de fotografia do Novobanco. Foto: Novobanco

Não são simples fotografias; são “trabalhos concetuais”, como evidencia a curadora da exposição.

“[Temos] quatro obras de Robert Frank, considerado um marco na história da fotografia registou os muitos estratos da sociedade americana, rejeitando convenções estabelecidas, e centrando-se em pessoas comuns”, aponta Alexandra Conde.

Na exposição há também uma “instalação de Wolfgang Tillmans de grande formato com 17 fotografias que capturam a experiência humana com foco na identidade e memória”. Por seu lado, Hans Peter Feldmann apropria-se de imagens da vida quotidiana, efetua intervenções artísticas, “revelando assim a essência dessas mesmas imagens”.

Alexandra Conde junto a uma foto de Philip-Lorca diCorcia. Foto: Novobanco

Já o “americano Philip-Lorca DiCorcia, envolve-nos simultaneamente com o documental o teatral, o facto e a ficção”.

Alexandra Conde refere ainda que a exposição inclui duas obras de Hellen Van Meene que nos surpreende “com o realismo incómodo da infância persistente das meninas e da vida adulta incipiente”.

Na exposição do Novobanco estão obras de arte com base em fotografias.

Martha Wilson apresenta-nos o autorretrato com inscrições na moldura da imagem, questionando as representações sociais. A contemplativa fotografia em caixa de luz de Kimsooja explora a condição humana “através da consciência de si mesmo e dos outros, em busca de uma totalidade abrangente”.

Foto: Novobanco

Barbara Kruger revela “as emoções humanas fundamentais, refletindo sobre como essas emoções e conceitos são retratados e manipulados nos média e na sociedade”.

A exposição pode ser vista das 9h às 17,30h, se 2ª a 6ª feira, na Praça Marquês de Pombal, nº 3A. a exposição está patente até 31 de outubro.

A curadora diz ainda que nesta amostra é prestado um tributo a Pierre Gonnord: “Associamo-nos à homenagem ao artista durante a ARCO Madrid, através da exposição das 4 obras da coleção de fotografia Novobanco, duas das quais – Iris e Júlia- estabelecem uma ligação do artista ao nosso país, com o projeto ‘Gaia, Mother Earth’ fotografado em Portugal. São como reis e rainhas em exílio”, comenta.

Foto: Novobanco

“Há uma coisa que a fotografia deve conter, a humanidade do momento. Este tipo de fotografia é realismo. Mas o realismo não é suficiente – tem de haver visão, e os dois juntos podem fazer uma boa fotografia”: citação de Robert Frank que abre a exposição.

“As obras expostas refletem não só a individualidade de cada autor, mas também as interconexões que nos unem como sociedade e a complexidade da condição humana, celebrando também a beleza da diferença”, reforça a curadora.

Membro fundador da IACCCA

A Coleção de Fotografia do Novobanco é membro do ICOM – Conselho Internacional de Museus e membro fundador da IACCCA – Associação Internacional de Coleções Corporativas de Arte Contemporânea, uma organização sem fins lucrativos que reúne curadores de mais de 50 coleções corporativas de todo o mundo, com o objetivo de compartilhar as melhores práticas e promover a arte contemporânea em instituições.

Acervo cultural do Novobanco

Paulo Vaz Tomé, responsável pelo programa de cultura do Novobanco, explica que, este acervo que a instituição possui, além de ser um ativo valioso, é também um património em relação ao qual o banco assume a missão de “preservar, divulgar e partilhar com o público”.

Paulo Vaz Tomé e Alexandra Conde, do Novobanco. Foto: Novobanco

Além do núcleo de fotografia, o espólio cultural do Novobanco inclui uma coleção de pintura (106 obras alocadas a 41 museus), de moedas (13 mil moedas) e livros antigos (do século XVI e XVII, que pertenciam ao Prof. Pina Martins, e que se encontram à guarda da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).

Paulo Vaz Tomé adianta que uma das próximas exposições que está a ser preparada é de moedas, indo desde a pré-nacionalidade até ao tempo das antigas colónias portuguesas. Essa exposição está planeada ser montada nas instalações que o banco tem na Rua Castilho e deverá estar patente em setembro.