
A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está no mercado para contratar até cinco aeronaves Boeing 737-700, processo conduzido pela consultora internacional Knighthood Global, responsável pela reestruturação da companhia aérea estatal moçambicana.
Num anúncio deste mês publicado pela Knighthood Global, a consultora de Abu Dhabi refere que está mandatada pelos acionistas da LAM para receber propostas para o fornecimento de “até cinco aeronaves Boeing 737-700 irmãs”.
“A Knighthood Global está a conduzir este processo competitivo, com prazos limitados, para garantir aeronaves que atendam aos requisitos operacionais, comerciais e estratégicos da LAM, seja por meio de compra directa, aluguer financeiro ou aluguer operacional”, lê-se no anúncio.
Neste concurso está especificado que as aeronaves a fornecer devem ter uma configuração de duas classes, “com um mínimo de 120 e um máximo de 140 assentos, optimizado para os requisitos da rede intra-africana da LAM”.
“As partes interessadas devem enviar propostas formais, incluindo especificações técnicas, relatórios de ‘status’ de manutenção e termos comerciais, até sexta-feira, 20 de Junho de 2025”, acrescenta-se no anúncio.
A Knighthood Global assumiu em maio que tem três meses para “estabilizar e reposicionar” a LAM, explicando então que foi “nomeada pelo Governo de Moçambique para ajudar a revitalizar” a companhia e “o sector da aviação em geral do país”.
“O foco nos primeiros três meses será estabilizar e reposicionar a LAM”, lê-se na nota, em que a consultora refere que irá trabalhar com os novos acionistas, as empresas públicas Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), as quais “têm um mandato para adquirir as aeronaves apropriadas e restabelecer uma frota”.
Também a companhia moçambicana confirmou em maio, em comunicado, a contratação da Knighthood Global, explicando que “terá a responsabilidade de assessorar na reestruturação da base financeira da LAM, prestar suporte estratégico na avaliação, seleção e fornecimento de aeronaves adequadas às necessidades operacionais”, entre outras.
“Alinhando-a com os padrões do sector, reduzindo o nível de endividamento e fortalecendo o seu perfil de investimento”, acrescentou, intervenção que “visa responder a desafios estruturais que a companhia tem enfrentado, como a obsolescência de parte da frota, dificuldades financeiras recorrentes e a intensificação da concorrência no setor da aviação”.
O Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) moçambicano anunciou em 13 de maio o afastamento da administração da LAM e a nomeação de uma comissão de gestão que será presidida por Dane Kondic.
A decisão, diz a Lusa, foi tomada em assembleia-geral extraordinária da LAM, no “âmbito do processo de revitalização” da companhia aérea estatal, avançando com “efeitos imediatos” a cessação de funções de Marcelino Gildo Alberto, até então presidente do conselho de administração, e dos administradores Altino Xavier Mavile e Bruno Miranda.
Foi também aprovada a nomeação de um conselho de administração não executivo, composto por representantes das três empresas estatais que este ano passaram a ser acionistas da LAM, casos da HCB, CFM e EMOSE.