
O Lesoto declarou estado de calamidade nacional até Junho de 2027 devido às altas taxas de desemprego, particularmente o juvenil, numa conjuntura de incerteza face às tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
O Lesoto foi um dos maiores beneficiários da Lei de Crescimento e Oportunidades para a África (Agoa) dos EUA, que concede acesso comercial favorável a alguns países para promover o seu crescimento económico.
O vice-primeiro-ministro Nthomeng Majara disse que o estado de calamidade ficará em vigor até 30 de Junho de 2027. O desemprego no Lesoto é de 30%, mas para os jovens a taxa é de quase 50%, de acordo com dados oficiais.
A declaração, em conformidade com a Lei de Gestão de Calamidades do país, permite ao Estado “tomar todas as medidas necessárias para minimizar os efeitos das catástrofes”, entre outras.
A economia dependente do setor têxtil já enfrentava um desemprego altíssimo, especialmente entre os jovens, antes de Trump cortar a ajuda externa e aumentar as barreiras comerciais.
As tarifas de Trump podem ser o golpe fatal para o pacto comercial entre os Estados Unidos da América (EUA) e África, frisou o meio de comunicação social britânico.
No entanto, isso acabou quando Trump impôs um imposto de 10% sobre o Lesoto, juntamente com outras nações, no início deste ano, sendo que os 50% adicionais foram suspensos.
Um dos objectivos de Trump com o anúncio das tarifas é reduzir o défice comercial do seu país com o resto do mundo. O Governo do Lesoto alertou que poderá perder até 40.000 empregos se a Agoa não for renovada no final de Setembro.
O ministro do Comércio do Lesoto, Mokhethi Shelile, disse ao ‘site’ de notícias de negócios sul-africano Moneyweb, no mês passado, que os compradores norte-americanos “não estavam a fazer encomendas porque não entendiam o que iria acontecer”.
O país, diz a Lusa, também foi duramente atingido pelo fim dos programas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em todo o mundo.