
O HSBC apresentou nesta quarta-feira um lucro em 2024 que superou as estimativas e estabeleceu metas rígidas de corte de custos à medida que o seu novo CEO implementa uma reformulação do banco centrado na Ásia.
O banco obteve um lucro antes de impostos de 32,3 mil milhões de dólares, em 2024, um aumento relativo aos 30,3 mil milhões de dólares do ano anterior.
O banco anunciou também que tem como objetivo fazer cortes nos custos no valor de 300 milhões de dólares em 2025, mais 1,5 mil milhões de dólares até ao final de 2026. E anunciou igualmente objetivos de recompra de ações no valor de 2 mil milhões de dólares, que tenciona concluir antes dos próximos resultados.
O CEO Georges Elhedery, que assumiu a direção em setembro do ano passado, tem vindo a tomar medidas para aumentar a rentabilidade do banco e a reforçar o foco do banco, com sede em Londres, na Ásia, onde obtém a maior parte dos seus lucros.
“O nosso sólido desempenho em 2024 proporciona bases financeiras firmes sobre as quais podemos construir o futuro, à medida que damos prioridade à concretização de um crescimento estratégico sustentável e à obtenção dos melhores resultados para os nossos clientes. Desde que assumi o cargo de CEO, tenho-me focado em simplificar a nossa forma de operar e em injetar energia e determinação na execução da nossa estratégia.
Estamos a criar um banco mais simples, ágil e focado, alicerçado nos nossos principais pontos fortes”, refere Georges Elhedery, CEO do Grupo, em comunicado.
Em 2024, os serviços bancários pessoais e de património geraram 12,2 mil milhões de dólares de lucros antes de impostos, um aumento de 5,2% em relação ao ano anterior, uma vez que conquistou novos clientes e vendeu mais produtos de gestão de património. Os lucros da banca e dos mercados globais aumentaram quase 27%, para 7,1 mil milhões de dólares. O rácio de capital CET1 foi de 14,9%, tendo aumentado 0,1 pontos percentuais.
O ROTE foi de 14,6% e o banco refere que está a visar um retorno médio de cerca de 15% sobre o capital tangível médio em cada um dos três anos de 2025 a 2027. E que pretende continuar a gerir o rácio de capital CET1 dentro do intervalo-alvo de médio prazo de 14% a 14,5%, com uma distribuição de dividendos de 50% em 2025.
O HSBC informou ainda que pagará um quarto dividendo intercalar de 0,36 dólares por ação, resultando num total de 0,87 dólares por ação em 2024, que inclui um dividendo especial de 0,21 dólares por ação pela alienação da sua atividade no Canadá.
Segundo analistas consultados pela Reuters, Elhedery agiu mais rapidamente do que se esperava, reduzindo o número de quadros superiores e reorganizando as divisões operacionais segundo as linhas Este-Oeste. O CEO cortou nas equipas de fusões e aquisições e de mercados de capitais de ações na Europa e nas Américas, na maior redução da banca de investimento do banco em décadas, acelerando a orientação para os mercados asiáticos.
“Continuamos a tomar medidas deliberadas e decisivas, incluindo a criação de quatro negócios complementares e claramente diferenciados, alinhando a nossa estrutura com a nossa estratégia e reformulando o nosso portefólio de forma acelerada e com propósito.
Constituí uma equipa mais pequena e central de líderes excecionalmente talentosos, impulsionados por uma mentalidade orientada para o crescimento e um foco firme na gestão dinâmica dos nossos custos e capital. Estamos a incorporar esta abordagem em toda a organização, garantindo que permanecemos constantemente focados nestes dois princípios fundamentais. Cada ação direcionada que estamos a empreender tem como objetivo desbloquear todo o potencial do HSBC. Olhamos para o futuro com confiança e clareza de propósito”, acrescenta o CEO no comunicado do banco.