O Crédito Agrícola (CA) registou um lucro de 99,8 milhões de euros no primeiro trimestre, uma descida de 12,6% face a março de 2024. O banco reportou ainda uma queda no produto bancário de 12,7%, para 230,9 milhões, que justifica com a contração da margem financeira em 16,8% em relação ao período homólogo.

Além da margem, também a receita vinda de comissões diminuiu. Foram 2,6 milhões, menos 6,7%. Contudo, o CA destaca o crescimento dos resultados na área dos seguros, que subiu 15,5% homologamente para 3,3 milhões. Já os custos de estrutura subiram 6,9% para 113,8 milhões. Por outro lado, o banco teve uma reversão de provisões e imparidades no valor de 12,2 milhões de euros, o que compara de forma positiva com o reforço de 5 milhões do ano anterior.

A carteira de crédito bruto do CA teve um aumento de 223 milhões de euros em relação ao final do ano passado, crescendo assim 1,7% para 12,97 mil milhões de euros. O Crédito Agrícola destaca que esta subida é “ligeiramente superior à taxa de crescimento do mercado como um todo”, com o banco a registar uma quota de mercado de 6%. O crédito que mais cresceu foi para efeitos de habitação, com um incremento de 2,4%. No sentido oposto, o único que teve uma redução foi o crédito ao consumo, que caiu 0,6%.

Já a qualidade da carteira de crédito continua a aumentar, com a carteira de NPL a baixar 7,4 milhões em relação ao final de 2024 e de 186,8 milhões em termos homólogos. O rácio bruto de NPL ficou, assim, em 4,5%, menos 1,9 pontos percentuais do que em março de 2024.

No que diz respeito aos depósitos de clientes, estes apresentam uma ligeira quebra face ao final de 2024, na ordem dos 0,2%. Estes depósitos totalizaram, em março, 21,99 mil milhões de euros, dando ao banco uma quota de mercado de 8%.

Em relação à solvabilidade da instituição, esta registou um rácio CET1 de 24,3% no primeiro trimestre, 0,3 pontos percentuais acima do valor de dezembro de 2024. Já o rácio de cobertura por liquidez fixou-se em 389,7%, menos 3,7 pontos percentuais do que em dezembro.

O presidente do Grupo Crédito Agrícola, Licínio Pina, salienta o desempenho do mesmo neste primeiro trimestre, considerando-o “muito positivo face às condições de ajustamento de taxas verificadas nos mercados”. O líder do banco destaca ainda o esforço do grupo e das várias caixas agrícolas em reduzir o crédito malparado para “valores adequados, revelando uma melhoria significativa no risco implícito das carteiras de crédito e melhoria significativa na admissão do mesmo”.