O grupo bancário francês BPCE surge como o principal licitante para adquirir o Novo Banco, ultrapassando o seu principal concorrente nesta corrida, o espanhol CaixaBank.

Segundo avança a Bloomberg nesta quarta-feira, citando fontes próximas do processo, o BPCE está a tentar fechar os termos de um acordo com a Lone Star, que detém 75% do Novo Banco. Porém, a Lone Star está também a ponderar uma possível colocação em bolsa do Novo Banco, sem ainda ter decidido qual o caminho a seguir.

Recorde-se que, na semana passada, os acionistas do Novo Banco aprovaram em assembleia geral a admissão do capital da instituição em bolsa e as alterações dos estatutos que o permitem, abrindo caminho, além da venda direta, a uma oferta pública inicial (IPO). Caso avance, a negociação das ações representativas do capital do banco decorrerá na Euronext Lisbon, segundo apurou oJornal PT50.

As deliberações continuam em curso, mas as negociações podem não chegar a bom porto, avança a Bloomberg, citando as mesmas fontes. Representantes do BPCE, Lone Star, Novo Banco e CaixaBank recusaram-se a comentar.

A aquisição do Novo Banco pelo BPCE contribuiria para a consolidação bancária transfronteiriça na Europa, numa altura em que os governos têm dificultado este tipo de operações.

Recorde-se que Espanha se opôs à aquisição do Banco Sabadell pelo BBVA, enquanto Itália impôs várias condições à compra do Banco BPM pelo UniCredit, que veio hoje referir que dificilmente esta operação irá para a frente. Por sua vez, a Alemanha recusa uma possível aquisição do Commerzbank pelo UniCredit.

O ministro das Finanças de Portugal, Joaquim Miranda Sarmento, já veio a público também defender que não se deve aumentar a representação espanhola no mercado bancário português, perante o possível interesse do grupo espanhol CaixaBank na compra do Novo Banco.

Por outro lado, do lado das instâncias europeias, a recomendação é para se avançar com fusões transfronteiriças. A comissária europeia para a União das Poupanças e Investimentos, Maria Luís Albuquerque, defende que as fusões bancárias transfronteiriças podem trazer mais rentabilidade à economia. Albuquerque realça que as instituições bancárias “não puderam expandir o suficiente nos últimos 15 anos” e que a União Europeia precisa de “bancos grandes e diversificados”, à escala da economia europeia e não apenas à escala nacional.

Em 2024, o Novo Banco apresentou lucros de 744,6 milhões de euros e no primeiro trimestre de 2025 deu conta de lucros de 177,2 milhões de euros.