O Conselho Governador do Banco Central Europeu (BCE) decidiu, nesta quinta-feira, voltar a diminuir as taxas de juro de referência da Zona Euro em 25 pontos base, para 2%. Este é o oitavo corte das taxas de juro, o sétimo consecutivo. Assim, as taxas de juro de facilidade permanente de depósito, das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez fixam-se, a partir de 11 de junho, em 2%, 2,15% e 2,4%, respetivamente.

Segundo o órgão liderado por Christine Lagarde, esta decisão tem por base a perspetiva futura sobre a inflação, que está perto de atingir os 2%, tal como o BCE pretendia, e a força de transmissão da política monetária. Segundo as projeções do Eurossistema, a inflação global deve ficar nos 2% neste ano, baixando para 1,6% em 2026 e retornar aos 2% no ano a seguir. A revisão em baixa de 0,3 pontos percentuais face a março para 2025 e 2026, justifica o conselho em comunicado, prende-se com pressupostos mais baixos para os preços da energia e um euro mais forte.

No que toca ao crescimento da Zona Euro, prevê-se que seja de 0,9% em 2025, 1,1% em 2026 e 1,3% em 2027. A revisão da previsão para 2025 é devida a “um primeiro trimestre mais forte do que o esperado combinado com perspetivas mais fracas para os que se seguem”. O Conselho Governador do BCE considera que, “apesar da incerteza nas políticas comerciais que deve afetar o investimento e as exportações, especialmente a curto prazo, o maior investimento dos governos na defesa e infraestrutura vai apoiar cada vez mais o crescimento a médio prazo”.

O conselho acredita que a inflação deve manter-se em 2% a médio prazo, de forma sustentada. Mais ainda, o BCE garante determinação em atingir esta meta e não se compromete com uma rota específica na política monetária. O Conselho Governador deve decidir reunião a reunião o rumo das taxas de juro, que será sempre justificado com os dados disponíveis sobre a inflação, a força da transmissão da política monetária e outros dados financeiros e económicos.