A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique vai descer 0,6 pontos percentuais em julho, para 17,4%, segundo informação divulgada pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB).

Desde Janeiro de 2024 que a taxa, conhecida como ‘prime rate’, tem vindo progressivamente a descer, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%.

O corte anunciado nesta Segunda-feira surge depois de a taxa ter permanecido inalterada, nos 18%, em Junho, e do corte de 0,5 pontos em maio. A AMB já tinha cortado outros 0,5 pontos percentuais em março, quando desceu para 18,5%, então o quinto corte em seis meses, já que em fevereiro a taxa tinha ficado inalterada em 19%, tal como aconteceu, depois, em abril e junho.

As oscilações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de calculo da ‘prime rate’) pelo banco central, para controlar a inflação.

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 30 de maio nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 0,75 pontos, para 11%, anunciou o governador do banco central, Rogério Zandamela.

“Esta medida decorre essencialmente da consolidação das perspectivas de inflação em um dígito no médio prazo, refletindo em parte a tendência favorável dos preços internacionais de bens e serviços, não obstante a manutenção a nível doméstico de elevados riscos e incertezas associados às projeções”, disse o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO.

Questionado pelos jornalistas sobre a perspectiva de evolução da taxa até final do ano, e de atingir ainda este ano um dígito, Zandamela disse que este novo corte “está dentro da estratégia” definida pelo banco central: “A única coisa que podemos dizer neste momento é que estamos em linha com trajetória definida, 24 a 36 meses, pode acontecer antes, pode não acontecer. Se acontecer é uma boa notícia”.

A taxa de juro directora, diz a Lusa, esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.