
O governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, saudou “o início de um regresso à razão económica”, na sequência da suspensão temporária pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de parte das novas tarifas, no final desta quarta-feira.
“Saúdo (…) este regresso à razão económica e a um pouco de realismo”, afirmou numa entrevista ao noticiário televisivo da France 2, alertando para a “grande imprevisibilidade’ da política norte-americana.
Donald Trump anunciou nesta quarta-feira que vai suspender por três meses algumas das sobretaxas impostas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, que entraram oficialmente em vigor no mesmo dia.
Com exceção da China, para a qual o presidente norte-americano vai aumentar “imediatamente” para 125% o total das taxas alfandegárias impostas aos seus produtos, os outros países ficarão apenas sujeitos a uma sobretaxa de 10%.
“Esta imprevisibilidade funciona contra a confiança e contra o crescimento (…) mas acontece que, esta noite, a imprevisibilidade funciona na direção certa e temos menos más notícias”, detalhou.
Para já, a União Europeia – e, portanto, a França – escapam aos aumentos de 20% inicialmente anunciados.
“A verdade é que o protecionismo é uma má política que irá prejudicar sobretudo a economia dos Estados Unidos”, declarou Villeroy de Galhau.
Para a União Europeia, “as coisas são mais matizadas”, acrescentou, explicando que não “esperava que a inflação aumentasse” em resultado da política comercial dos EUA.
“Estávamos a ganhar a batalha contra a inflação (…) e não estamos à espera de qualquer desvio”, porque “a Europa não vai aplicar tarifas tão fortes como os Estados Unidos”, acrescentou.
No entanto, o governador defende que haverá “um efeito negativo no crescimento da Europa”, embora o Banco de França não “espera uma recessão este ano” em França.
“Com base na falta de respeito que a China tem demonstrado para com os mercados mundiais, venho por este meio aumentar a tarifa cobrada à China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu Donald Trump na rede social, Truth Social.
“A dada altura, esperemos que num futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo aos EUA e a outros países já não são sustentáveis ou aceitáveis”, sustentou.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50