Numa tentativa de controlar o turismo excessivo, as autoridades das ilhas Baleares esperavam que os influencers – muitos com centenas de milhares de seguidores – ajudassem a reduzir a pressão sobre os locais mais populares reencaminhando os turistas para zonas menos conhecidas.

No entanto, a medida teve o efeito oposto: as ilhas mais remotas e ambientalmente sensíveis começaram a receber milhares de turistas, muitos dos quais apenas param para tirar fotografias antes de seguirem caminho.

Um desses locais é a pequena praia de Caló des Moro, em Maiorca, com capacidade de cerca de 100 pessoas. Em junho passado, passou a atrair mais de quatro mil visitantes diários, com cerca de 1.200 carros a dirigirem-se ao local todos os dias, segundo María Ponds, Presidente da Câmara local.

"O turismo de massas faz de nós sem-abrigo"

Dezenas de milhares de manifestantes marcharam, este fim de semana, nas Ilhas Canárias sob os lemas “O turismo de massas faz de nós sem-abrigo" e “As Canárias não estão à venda”, num momento em que o arquipélago recebeu mais de 1,55 milhões de turistas estrangeiros em março — um aumento de 0,9% face ao recorde do mesmo mês do ano anterior, segundo as autoridades.

Com Espanha a registar valores turísticos recorde, os protestos contra o turismo de massas especialmente devido ao seu impacto nos preços da habitação intensificam-se. Na última década, estima-se que as rendas em Barcelona tenham aumentado 68%, enquanto os preços de venda subiram 38%.

Barcelona e Madrid avançam com restrições ao alojamento local

Para combater este crescimento, a Câmara municipal de Barcelona anunciou que não vai conceder mais licenças para alojamento local e não renovará as atuais, o que levará à eliminação dos apartamentos turísticos até ao final de 2028.

em Madrid, foi aprovada uma medida — com entrada em vigor prevista para agosto — que proíbe o alojamento local em edifícios residenciais na zona central da cidade.

O Governo de Espanha pediu à plataforma Airbnb, esta segunda-feira,a retirada de 65 mil anúncios ilegais de casa de alojamentos locais, que violam a legislação espanhola da publicidade de alojamentos turísticos.

Num comunicado, o Ministério dos Direitos Sociais e Consumo revelou ter enviado três notificações à empresa nos últimos meses, exigindo a remoção de anúncios que não indicam número de licença ou que apresentam dados incorretos ou inexistentes.