As oportunidades para Portugal e Angola crescerem e ajudarem-se mutuamente neste objetivo são múltiplas, dadas as prioridades angolanas de desenvolvimento e o potencial de crescimento que estas constituem aliadas às competências existentes na economia nacional. Do lado português, o Governo diz-se “perfeitamente disponível” para aprofundar estes laços, até pelo interesse global acrescido em investir em África e Angola, diz o ministro da Economia, elogiando o caminho percorrido por Luanda.

Na 3ª edição do Doing Business Angola, realizado esta segunda-feira em Lisboa, o ministro da Economia de Portugal, Pedro Reis, começou por destacar a forma como ambas as economias estão profundamente interligadas, tanto entre si, como pelos blocos que integram, mas projetou que “agora é preciso dar o salto” nesta relação.

“As condições estão reunidas. O desafio é fazermos acontecer”, afirmou, considerando que as prioridades estratégicas de desenvolvimento em Angola “têm muito a ver” com as competências dos melhores ativos nacionais.

Em particular, áreas como o comércio, indústria, o sector primário ou as finanças mostram um enorme potencial em Angola, ao passo que outras prioridades políticas ficam bastante alinhadas com as prioridades nacionais – nomeadamente na questão da saúde, gestão de recursos hídricos e energia ou na economia verde.

Esta interação entre ambos os países é particularmente interessante para Portugal se considerarmos o interesse global crescente em investir em África e Angola, argumentou, um interesse que supera largamente o manifestado na economia nacional ou europeia – até pela oportunidade de crescimento que constitui o continente africano.

Por outro lado, o ministro projetou que, “havendo alguma estabilidade nos conflitos e nas tarifas”, o próximo ano tem todo o potencial para superar largamente a instabilidade e quase estagnação registada em 2025.

Ainda assim, os desafios persistem. “No investimento público ainda há muito por fazer”, bem como numa perspetiva “mais de economia do que finanças” que confira maior segurança às empresas e empreendedores que queiram investir no país, apontou Pedro Reis. Ao mesmo tempo, ambos os países precisam de “aplanar ainda mais o caminho” – o que, no caso da Europa, é mesmo “o grande desafio, a desburocratização”.

“Há que identificar quais os sectores e projetos que realmente interessam – e Portugal está perfeitamente disponível”, resumiu, falando num “foco nas prioridades que Angola identifica para nós identificarmos osplayers”.

João Barros