
A Net Zero Banking Alliance (NZBA), coligação mundial de bancos para ajudar a combater as alterações climáticas, anunciou que vai flexibilizar as regras de adesão dos bancos, exigindo critérios menos rigorosos relativos a compromissos ambientais.
A medida surge após a saída massiva de bancos da aliança, sobretudo norte-americanos, no início do ano e com vista a refletir o ritmo lento da mudança na economia real, disse o presidente da NZBA à Reuters.
A coligação, apoiada pelas Nações Unidas, tem vindo a consultar os seus membros sobre as alterações a introduzir nas suas regras.
Os bancos votaram a favor do abandono de um objetivo mais rigoroso de alinhar todos os financiamentos setoriais com 1,5 graus Celsius acima da média pré-industrial até meados do século, substituindo-o por uma ambição mais flexível de alinhar as suas empresas com um objetivo muito inferior a 2 graus, embora tendo 1,5 graus na mira.
As alterações refletem o reconhecimento de que a economia real está a ficar aquém na transição para ser mais sustentável, enquanto a elaboração de políticas e os avanços tecnológicos não estão a acontecer ao ritmo previsto quando os bancos e gestores de ativos se reuniram pela primeira vez para declarar uma ação coletiva para o clima, na COP26, em Glasgow.
“O conhecimento que tínhamos em 2021 sobre o que era exequível (…) era muito diferente do que temos hoje”, afirmou Shargiil Bashir, presidente da NZBA e vice-presidente executivo do First Abu Dhabi Bank, à Reuters.
“Algumas das indústrias não estão a fazer a transição como esperávamos há quatro anos, porque ou a tecnologia não está a avançar tão rapidamente ou a formulação de políticas não está a avançar”, acrescentou.
Mais de 100 dos bancos membros do grupo já estabeleceram metas setoriais alinhadas com 1,5 graus, mas o grupo quer atrair bancos de países que não estão alinhados com 1,5 graus para reforçar os seus números.