O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

Ainda que, neste momento, seja uma figura importante no FC Kapaz, do Azerbaijão, Diogo Verdasca viveu um dos períodos mais conturbados da sua carreira em 2023/24, época em que esteve ao serviço do Mirandés. O defesa-central sofreu uma lesão grave... no primeiro treino que fez ao serviço do clube.

Diogo Verdasca
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«Sentia mesmo que ia ser o meu ano, estava entusiasmado por voltar a Espanha. No entanto, fui treinar e aos 15 minutos de treino fiz uma rotura do tendão de Aquiles. Caiu-me tudo e até entrei numa crise de ansiedade. Lembro-me de ter chegado ao balneário e de ter ligado à minha mulher a dizer-lhe o que tinha acontecido. A resposta dela foi "Deixa de brincar, estás agora a acabar o treino"; liguei ao meu empresário a seguir e ele também não acreditava. No entanto, o clube e o presidente ajudaram-me muito na operação e na recuperação», começou por dizer.

A partir daqui, o foco foi apenas e só a recuperação:

«Comecei a esforçar-me na recuperação, fazia três sessões por dia, todos os dias. Não tinha dias de descanso. Quando há lesões nos ligamentos do joelho, faz-se testes nas máquinas de avaliação isocinética. Eu fiz isso para o tendão de Aquiles. No fim de novembro falei com o fisioterapeuta que me acompanhou e ele disse-me que o meu exame estava marcado para dia 10 de dezembro. No entanto, pedi-lhe para fazer um no dia seguinte, no caso 1 de dezembro, só mesmo para testar. Aquilo deu-me uma diferença de 27 por cento entre as duas pernas.»

Se este aspeto podia ter desmotivado Diogo Verdasca, a verdade é que o jogador formado no FC Porto fez das fraquezas forças. «Só pensei 'Foda***', tenho de dar mais'. Nesses nove dias treinava quatro vezes por dia, fazia exercícios de reforço no tendão, tudo... Cheguei a dia 10, diferença de um por cento... Ou seja, eu tinha-me lesionado a 27 de julho e voltei aos treinos a 27/28 de dezembro. Voltei a treinar cinco meses depois de fazer uma rotura do tendão de Aquiles [por norma, esta lesão obriga a um tempo de paragem de oito/nove meses]», rematou.