
Vitor Pereira já foi campeão por duas vezes em Portugal (mais uma como adjunto de André Villas-Boas), uma na China e outra na Grécia. Agora vive o sonho de treinar em Inglaterra, depois de ter passado pela Arábia Saudita, pelo Brasil e pela Turquia. Em entrevista ao novo podcast da Liga Portugal, denominado ‘Sem Filtros’, admite que todas estas experiências do tornaram num homem melhor.
«Continuo apaixonado pelo futebol, mas procuro viver para desfrutar e é preciso algum equilíbrio. Caso contrário é sofrimento. Sofri muito, mas hoje consigo desfrutar mais pelo equilíbrio que consigo ter, por não dramatizar tanto. Por ver mais o lado positivo do que a vida me tem dado. Por ser mais sereno. Hoje diria ao Vitor Pereira de há 20 anos que devia ter mais juízo, mas naquela altura não adiantava a nada dizer-lhe isso», afirma, entre sorrisos, o agora treinador do Wolverhampton.
Quase a fazer 57 anos, reforça que hoje sabe «exatamente» o que quer e para onde quer ir: «Crescemos mais nos momentos difíceis. Tornam-nos mais fortes. Nós quando temos tendência para dramatizar e quando assim é não se consegue manter o equilíbrio nas emoções. Eu já não dramatizo. Evolui muito em termos de comunicação. Andar pelo mundo e lidar com outras pessoas ajudou-me a crescer. No lidar com situações adversas estou muito mais maduro e experiente. Hoje sou um treinador diferente.»
Um treinador diferente que começou como adjunto e que destaca a importância que teve treinar os juniores do FC Porto, até na chegada a principal. «Os cinco anos de formação no FC Porto permitiram-me experimentar muitas coisas com miúdos de muita qualidade que me permitiram um jogo dominante, de posse, agressivo defensivamente... Decidi sair porque queria treinar seniores», recorda. Foi para a Ovarense, depois dois anos no Espinho a que se seguiram o Santa Clara. «Tornei-me aí profissional do futebol e deixei de dar aulas. Depois de dois anos maravilhosos no Santa Clara o FC Porto convida-me para adjunto do André. O convite foi do Porto pois eu nem conhecia o André», partilha nesta conversa com os meios da Liga Portugal.
Foi como adjunto de André Villas-Boas que se sagrou campeão pela primeira vez na Liga e quando o agora presidente dos dragões saiu do clube foi Vitor Pereira a suceder-lhe. Por duas épocas. Foi o último treinador a ser campeão invicto em Portugal: «A minha ideia de futebol vai crescendo. Hoje sou um treinador de pormenor táctico e estratégico. Depois de treinarem comigo os meus jogadores ficam habilitados a ser treinadores se quiserem», risos.