A seleção portuguesa de basquetebol está preparada para a estreia num Mundial feminino de sub-19, com o selecionador Agostinho Pinto a salientar que será "uma prova muito dura" contra as melhores do mundo.

Em declarações à agência Lusa, o treinador luso diz que a seleção portuguesa vai "tentar o melhor resultado possível, tentar ganhar jogos", mas sabe que "é uma prova de um grau de dificuldade muito elevado", salientando os jogos de preparação que fez, com a República Checa, e um torneio "com três das cinco melhores equipas do mundo, Espanha, Canadá e Austrália".

"Tivemos um bom desempenho, ganhámos a Espanha e equilibrámos um dos jogos com a Austrália e com o Canadá. Acho que deu para perceber que estávamos preparados, mas com os pés bem assentes no chão, porque vai ser uma prova muito dura", afirmou.

Em Brno, na República Checa, Portugal estreia-se no sábado frente ao Canadá, medalha de bronze no último Mundial, jogando no dia seguinte com a China, antes de fechar a participação no Grupo B na terça-feira, com Agostinho Pinho a assumir que não conhece muito das seleções adversárias e que apenas tiveram acesso a "alguns vídeos".

"Há pouca informação, há alguns vídeos de campeonatos de sub-18. Por exemplo, sabemos que a China tem uma jogadora com 2, 20 metros, e é boa jogadora, que sabe jogar. São as melhores do mundo, não podemos esperar facilidades", disse.

Sobre a sua seleção, Agostinho Pinto realçou que tem algumas parecenças com a equipa principal, que disputou, igualmente em Brno, o Europeu, que tinha como principais características a capacidade de luta.

"Também é uma equipa que tem essa imagem de marca, uma equipa que luta do princípio ao fim. Também temos uma jogadora que é uma referência, temos a Clara Silva, que tem um 1,98 metros, é uma jogadora acima da média para Portugal, e mesmo em termos europeus. Para nós, é uma jogadora muito importante, que nos pode também ajudar a elevar o nosso nível. Mas essencialmente [o ponto forte da equipa] é a capacidade defensiva e a superação", afiançou.

Clara Silva é uma das várias jogadoras desta seleção que já estão a jogar nos campeonatos universitários dos Estados Unidos, o que seria, em teoria, uma vantagem, algo com que o selecionador não concorda totalmente.

"Normalmente as jogadoras no primeiro ano que vão para as universidades jogam pouquíssimo tempo. Nesta idade jogar pouco tempo -- tem outras coisas boas --, mas jogar pouco tempo chegam com falta de ritmo também, e de confiança. Não é tão linear como isso ir para lá que vai ser muito bom", disse.

Agostinho Pinto, habitual adjunto da equipa principal, acredita que algumas jogadoras, com Clara Silva, que "esteve este ano para ir ao Eurobasket", no topo, têm potencial a médio prazo de poder integrar a equipa de seniores, que "é sempre uma referência", em especial depois da histórica presença no Europeu, culminada com uma vitória frente a Montenegro.

"É uma seleção que merece muito aquela vitória e aquele momento histórico, porque são umas jogadoras supertrabalhadoras, empenhadas. São uma boa imagem para as mais jovens, e eu penso que isso também pode influenciar um bocadinho a também querermos fazer história e ganhar o primeiro jogo no Mundial de sub-19. Já ganhámos um jogo no Mundial de sub-17 e um dos nossos objetivos é superar o que fizemos no Mundial de sub-17, com outra geração, em 2016", afirmou.

No Mundial de sub-19, a fase de grupos vai servir para definir os posicionamentos para os oitavos de final, com todas as equipas a disputarem essa fase.