![Rui, Maria, Iúri 'bis' e Ivo... já uma mão cheia de medalhas portuguesas nos Europeus de pista!](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Portugal passou a somar cinco medalhas nos Campeonatos Europeus de pista de 2025, que decorrem em Heusden-Zolder, na Bélgica, depois de Iúri Leitão ter conquistado a sua segunda de ouro, no scratch, juntando-a à primeira, na corrida por pontos, ganha na véspera, e a de prata, por Ivo Oliveira na perseguição individual. A este trio acrescentam-se mais duas, alcançadas no primeiro dia de competições, quarta-feira: de prata, por Rui Oliveira, na eliminação, e de bronze, por Maria Martins, no scratch.
Cerca de 24 horas depois de se ter sagrado campeão europeu na corrida por pontos, Iúri Leitão voltou a subir ao degrau mais alto do pódio, como tetracampeão de scratch, segundo título consecutivo, numa das prova mais simples de entender no ciclismo de pista, em que 24 corredores têm 40 voltas (10 km) ao velódromo para mostrarem o que valem: o mais rápido, vence, e é uma das especialidades individuais do português.
Ao contrário da estratégia, de entrada de rompante ao ataque, que o levou ao título na corrida por pontos, Iúri Leitão optou por uma abordagem mais conservadora, mantendo-se, na primeira metade da prova, expectante, a controlar as movimentações dos principais adversários e certamente a economizar energia para a fase decisiva.
O momento crucial escolhido pelo português foi a 31.ª volta, quando acelerou sem ter resposta contrária. Esta acabou por surgiu, pelo neerlandês Vincent Hoppezak, que chegou a alcançar Leitão a duas voltas do final, momento que coincidiu com a dobragem ao pelotão, o que permitiu ao ciclista luso alguns instantes de recuperação, antes de lançar novo ataque, demolidor e decisivo. Iúri Leitão partiu isolado para a segunda a conquista do segundo ouro. Para Hoppezak ficou a prata e o britânico William Tidball arrebatou o bronze.
Iúri Leitão celebrou o triunfo à sua maneira. Na véspera, após o final da corrida por pontos, fizera uma vénia, que justificou com a honra que diz sentir por conquistar grandes títulos pessoais e para Portugal, e ontem mostrou a mão aberta para expressar os cinco cetros europeus que passa a ostentar no seu currículo e em seguida apontou para a inscrição do nome de Portugal na camisola.
«Foi uma corrida diferente, com o novo formato [n.d.r.: mais curto]. Não sou um grande fã do formato, mas são as regras e temos de nos adaptar. Tentei improvisar um pouco e no final consegui vencer mais uma vez», começou por declarar o tetracampeão europeu de scratch.
«Fiquei muito feliz por perceber que a tática ainda resulta. Vencer o título europeu é sempre muito especial. Foi o meu quinto título, mas a sensação é a mesma do primeiro. Estou muito feliz e orgulhoso», afirmou Iúri Leitão.
O selecionador nacional de ciclismo de pista, Gabriel Mendes repetiu praticamente os elogios que tecera ao seu corredor no dia anterior. «O Iúri Leitão fez uma corrida perfeita, com uma inteligência enorme na leitura, conjugando as ações para poder chegar à vitória e renovar o título. Foi soberbo. Sabíamos que tínhamos os holofotes em cima de nós, por isso abordámos a corrida com prudência. Depois, foi um grande trabalho tático e estratégico do Iúri, bem como a sua capacidade física. O Iúri sai daqui campeão europeu com todo o mérito. Estamos muito contentes e orgulhosos», analisou o téncnico.
Campeão olímpico de madison em Paris-2024, ao lado de Rui Oliveira, e medalha de prata no omnium nestes Jogos Olímpicos, Leitão, de 26 anos, chegou assim ao quarto título europeu de scratch, prova que já tinha vencido em 2020, 2022 e 2024, e alcançou o seu quinto título continental.
Ivo Oliveira de prata
Alguns minutos volvidos da consagração do companheiro de seleção, Ivo Oliveira disputou a final de perseguição individual. Depois de ter sido o segundo mais rápido nas qualificações, o corredor, de 28 anos, foi batido na derradeira prova pelo britânico Josh Charlton. Ivo cronometrou 4.03,631 minutos nos 4 quilómetros do evento, acima dos 4.02,882 minutos do vencedor, que viu o compatriota Michael Gill impor-se ao italiano Renato Favero na luta pelo bronze.
Ivo Oliveira conquistou a quinta medalha em Europeus, somando-a a palmarés enriquecido com mais um ouro (2020), duas pratas em perseguição individual (2017 e 2018) e outra medalha deste metal, em madison (2020).
Daniela Campos esteve em competição no omnium e começou com um 11.º lugar no scratch e um segundo na Tempo Race, que a deixaram na terceira posição da classificação geral. No entanto, o 20.º lugar na eliminação afastou-a da luta pelos primeiros lugares. Ainda assim, depois de uma boa prestação na corrida por pontos, a jovem portuguesa terminou no 12.º lugar, com 66 pontos.