
As declarações de Rui Borges, treinador do Sporting, na conferência de imprensa de antevisão ao encontro com o Estrela da Amadora, agendado para este sábado (18h00) e a contar para a jornada 27 da Liga Portugal Betclic.
Não ser campeão é um fracasso? «O Sporting vai lutar e fazer tudo para ser campeão. Não há outro pensamento senão sermos campeões. Jamais penso no que é fracasso. Sou muito positivo, disse isso no primeiro dia em que aqui cheguei e continuarei a ser assim. O foco é ser melhor e fazer melhor pelo Sporting, chegar ao fim e sermos os melhores. O meu foco, o da equipa técnica e dos jogadores está em conseguir o nosso objetivo, que é ser campeão.»
Jogo mais perigoso pela entrada na reta final: «Já não há jogos fáceis no futebol. Quem pensar que há, está errado e não está a ver o futebol da forma correta. Cada vez mais, o futebol é competitivo e exigente. As equipas lutam com as suas armas. Vamos defrontar uma equipa que precisa de pontos e se vai agarrar a isso. É um campo difícil, mais pequeno e com adeptos fervorosos. Acredito que os nossos também nos farão sentir que estamos a jogar em casa, porque é o que tem acontecido. Amanhã não vai fugir à regra e a equipa vai sentir esse calor.
Será um jogo difícil, num campo que sempre o foi no passado do futebol português, principalmente para as equipas grandes. As equipas superam-se sempre de forma diferente [contra os grandes] e amanhã não será diferente. É uma equipa que precisa de pontos, que é muito competitiva e atlética, forte nos contra-ataques rápidos e que procuram muito os esquemas táticos ofensivos. Os lançamentos também são lances perigosos e que eles aproveitam. Na parte defensiva, têm alguns golos sofridos nas bolas paradas. Acredito que vão tentar ser pressionantes em alguns momentos e noutros ter um bloco mais baixo. A nós, compete-nos fazer o nosso melhor, dentro do que perspetivámos para a nossa estratégia.»
Gestão física dos internacionais: «É difícil. Tivemos 15 dias e não trabalhámos na mesma. Continuo sem poder treinar, porque infelizmente ou felizmente, não sei, o Sporting tem muitos atletas nas seleções e com muitos minutos. Foi muito difícil. Só hoje é que tivemos a equipa completa para treinar. Nesse aspeto, torna-se um pouco mais difícil. Na parte física, compete-nos trabalhar nesse sentido e deixar os jogadores o mais disponíveis possível para o jogo de amanhã. Acredito que a equipa dará uma boa resposta.»
Pote: «Tomara eu ter o Pote. Queria muito ter o Pote, o Dani e toda a gente que está de fora. Queria muito tê-los, mas não é possível. O Pote está em recuperação, felizmente já em fase adiantada. Trabalha no campo, trabalha com bola também, mas não está a trabalhar com a equipa. A mim, enquanto treinador, resta-me esperar por esta reta final e que ele tenha autorização médica para estar disponível e ser mais uma solução.
Foi uma paragem longa. Claro que, enquanto treinador, queria ter o Pote o mais cedo possível. Também sei que a lesão foi de algum tempo e temos que passar por todos os processos que se deve. Ele está a passá-los bem e acredito que seja por pouco tempo. Não sei especificar. Não digo isto para enganar, não sei mesmo. É o dia a dia. Está mesmo na reta final da recuperação, está no campo a trabalhar com bola. Tem de estar a 100 por cento em determinados parâmetros e a parte médica dar-lhe o ok para regressar. Acredito que está muito para breve.»

Trincão mais apetecível para o mercado: «O Trincão já era um jogador apetecível para o mercado. Antes de ir para a seleção, tive a oportunidade de, na última conferência que fiz antes da paragem, frisar o Trincão. Tem feito um trabalho espetacular, surpreendeu-me muito. A qualidade é reconhecida por todos, mas o que ele trabalha para a equipa, o compromisso diário tem sido fenomenal para mim.
Não se tem valorizado tanto nos últimos jogos do Sporting porque não fez golos, mas agora fez dois na seleção e já se valorizou. O Trincão da seleção foi igual ao do Sporting. Teve a felicidade, pela qualidade dele, de concretizar. No Sporting tem tido as chances, mas não tem sido tão feliz a conseguir esses golos. De forma geral, tem sido um jogador muito importante para nós. Fico feliz pelos golos, merece muito. É o mesmo Trincão, só teve a capacidade de finalizar melhor os lances na seleção.»
Alisson Santos: «Não me vou alongar muito, até porque o clube ainda não se pronunciou sobre o caso. O que posso dizer é que era um jogador que tínhamos sob alçada desde janeiro. Não conseguimos, ficou dentro do que é a nossa visão estrutural. Se vier a representar o Sporting, será mais um para ajudar no futuro.»
St. Juste está apto ou com restrição de minutos e futuro no Sporting: «Está a 100 por cento e disponível para jogo. Tem a ver agora com as escolhas do treinador, apenas e só. Recuperou, está a treinar bem e é mais um jogador que ganhámos. Em relação ao futuro, é jogador do Sporting, tem contrato com o Sporting e não me vou pronunciar muito. Desde que cheguei, teve muitos jogos e isso dita tudo o que é o meu pensamento em relação ao St. Juste.»
Diferenças do Estrela que defrontou ainda no Vitória: «Penso que não. O Estrela não tem mudado muito, seja em termos estruturais ou em dinâmicas. Como digo, é sempre diferente, é um jogo muito mais competitivo. O campo é mais pequeno e o ambiente também torna o jogo mais vivido em termos anímicos e de intensidade. De lá para cá, penso que não mudou muito. Têm outros jogadores, acrescentam coisas diferentes dentro de uma estrutura pelas suas qualidades individuais. Muito mais por aí do que pelo que é coletivo desde esse tempo para agora.»
Reta final do campeonato: «Perspetivo uma reta final difícil, não só para nós, mas para todos. Todas as equipas vão ter jogos difíceis, seja casa ou fora. Acho que aquele que for mais competente vai ser campeão. Temos de nos focar no que controlamos e pensar no jogo de amanhã.»
Eduardo Quaresma pode ser titular para libertar Debast: «O Debast possivelmente vai jogar a médio, porque não temos soluções para tal. Ele recuou no último jogo porque já tínhamos mais soluções para o meio-campo. O Zeno tem jogado muito bem a médio, tenho frisado isso várias vezes. É um jogador que está em adaptação à posição, tem tomadas de decisão diferentes de jogadores que estão habituados há muitos anos ali. Para puxar o Zeno, alguém terá de jogar. O Esgaio, apesar de tudo, saiu do último jogo e tinha feito dois belíssimos jogos a central pela direita. Há St. Juste, há Esgaio, há Quaresma. Felizmente, se calhar, para essa posição tenho mais soluções do que o habitual. Estarei confortável com quem jogar.»
Gestão de esforço de jogadores como Gonçalo Inácio: «Sim, ter algum cuidado com o Inácio, que teve muito tempo de jogo. Não só o Inácio. Amanhã tenho de jogar com dois médios, o Felicíssimo vem com 225 minutos de seleções e chegou ontem para treinar. Nesta reta final, o importante é que consigamos perceber o que é melhor para a equipa e não a expor a problemas no que quer que seja. Há o Inácio, há o Edu, o Morten que não pode jogar, se não era outro caso com muitos minutos de seleção. Eles sabem disso e todos querem ajudar nesta reta final. Se tivermos de fazer algum esforço extra, vamos ter de o fazer. O importante é chegar ao fim e conseguirmos o que queremos.»