
A 'Gazzetta dello Sport' elencou seis treinadores espalhados por essa Europa fora que serão, garante a publicação italiana, "famosos" no futuro. E Rui Borges aparece destacado como o primeiro da lista, apelidado de "Figo de Mirandela" por aquilo que fazia nos relvados... enquanto jogador.
"Chamavam-no de Figo de Mirandela. Não por ser bonito, mas porque na sua pequena cidade jogava como rei dos corredores: marcação de cantos, dribles, incursões na área. Nunca passou da segunda divisão portuguesa, mas sempre se questionou sobre o porquê do que fazia como futebolista. Aos 36 anos, quando parou de jogar em Mirandela, passou diretamente do campo para o banco: no Campeonato de Portugal, quarta divisão, com uma estrela emprestada pela formação do Benfica, que demonstrava mais ambição com o nome do que com os pés (Zidane Banjaqui) terminou em quarto lugar. A partir daí, começou a subir: Académico Viseu, Mafra, Moreirense", lê-se no artigo. Depois, o V. Guimarães.
"Começou o campeonato no Vitória e à terceira jornada foram vendidos os melhores da equipa: o 'bombardeiro' Jota Silva para o Nottingham Forest e o lateral [Ricardo] Mangas para o Spartak de Moscovo, mas ele não se deixou abalar e conseguiu sete vitórias consecutivas. Em novembro, o Manchester United oferece contrato de ouro a Ruben Amorim, o Sporting contrata um substituto que apenas dura um mês e depois foi a Guimarães pagar a cláusula de 4 milhões de euros para ter Rui Borges no banco", acrescentam, lembrando que quando o treinador de 43 anos assumiu em Alvalade tinha "dez lesionados, um grupo com o moral em pedaços e a três pontos do Benfica, mas terminou a temporada a vencer o campeonato sem perder um único jogo nas competições nacionais".
É tão compreensivo quanto inflexível na aplicação das regras
Gazzeta dello Sport sobre Rui Borges
No comparativo com Amorim, o diário transalpino identifica que "a abordagem tática não mudou muito", contudo a "abordagem humana" passou a ser "especial". "Borges é um treinador de jogadores, ouve e deixa os seus jogadores à vontade porque está firmemente convencido de que sem grupo não pode haver jogo nem sacrifício em campo, mesmo para aqueles que jogam pouco ele explica por que isso acontece. É tão compreensivo quanto inflexível na aplicação das regras: Marcus Edwards, que era um dos melhores jogadores do plantel, em janeiro, em menos de um mês, foi afastado por indisciplina e enviado de volta para Inglaterra, para o Burnley. O azarado do banco, mas tudo o que toca transforma em ouro", rematam.
Os louvores da Gazzetta dello Sport tocam, ainda, Claudio Giraldez (Celta de Vigo), Iñigo Pérez (Rayo Vallecano), Sebastien Pocognoli (Union St. Gilloise), Liam Rosenior (Estrasburgo) e Dino Toppmoller (Eintracht Frankfurt).