
Roque Sapiri, treinador do Interclube, de Angola, está a realizar um estágio de uma semana com a equipa técnica do CD Feirense, liderada por Ricardo Costa. Record esteve à conversa com o técnico angolano que, em 2020/21, conduziu o Sagrada Esperança à conquista do título de campeão do Girabola.
"A intenção é melhorar os meus conhecimentos nas áreas da periodização do treino e da análise do futebol de alto rendimento", explica o treinador, de 51 anos, reconhecendo que os primeiros dias em Portugal têm sido "bastante" enriquecedores.
"O que mais procuro é o desenvolvimento do treino, em termos técnicos, táticos e de perceção do próprio jogo. Aspetos em que Portugal está bastante mais adiantado do que Angola. Angola ainda não conseguiu desenvolver tanto estas vertentes", reconhece Sapiri, admitindo que este avanço de Portugal ajuda a explicar alguns dos sucessos recentes das seleções nacionais.
"O sucesso das seleções portuguesas tem a ver com uma base que foi construída e que tem sido consolidada", preconiza o treinador angolano, que vai terminar o estágio na próxima sexta-feira.
Apesar de reconhecer limitações, a nível do treino, Roque Sapiri conta já com um Girabola no currículo. Questionado por Record sobre os segredos que conduziram à conquista do título pelo Sagrada Esperança, o técnico aponta as experiências anteriores, como treinador-adjunto. "Quando fui convidado para treinador principal do Sagrada Esperança já tinha trabalhado, como adjunto, com um treinador português (António Caldas), um holandês, um alemão, um sérvio e também um angolano. De todos eles fui bebendo conhecimento, vital para desenvolver o meu trabalho quando assumi como treinador principal", explica o técnico do Interclube que, antes de colocar um ponto final na troca de impressões com Record, fala das suas ambições... para o futuro.
Quando fui convidado para treinador principal do Sagrada Esperança, já tinha trabalhado com um treinador português, um holandês, um alemão, um sérvio e também um angolano. De todos eles fui bebendo conhecimento, vital para desenvolver o meu trabalho quando assumi como treinador principal
Roque Sapiri
Treinador do Interclube (Angola)
"Ambiciono treinar noutros países de África, mas apenas quando concluir o nível máximo dos treinadores em África [o nível A da CAF], o que pretendo fazer no final deste ano, em Moçambique. África do Sul? Existe abertura, mas sem o nível A não é viável", conclui o treinador natural de Lunda.