
Jogo de loucos no Estádio da Choupana! Numa partida onde o Rio Ave esteve a vencer por 0-3 ao intervalo, o Nacional não desistiu, insistiu, e conseguiu resgatar um ponto mesmo em cima do tempo de compensação. 3-3 foi o resultado final de um desafio absolutamente frenético.
Com a vida resolvida no que toca aos lugares da despromoção, ambas as equipas sabiam poder abordar esta partida com relativa serenidade. Por este momento explicado, esperava-se um jogo aberto e de ritmo elevado. Assim foi.
Os insulares entraram no jogo de forma mais cautelosa, ainda assim a somar algumas chegadas a terrenos dianteiros. Do outro lado, o emblema nortenho, com clara vontade de manter a toada a seu favor, foi tomando conta da bola.
Caravela ao sabor do vento
A sorte, normalmente, diz-se que protege os audazes. Neste caso, acabou por favorecer os que tiveram, inicialmente, mais vontade de aparecer na partida. Posto isto, no seguimento de um canto, Kiko Bondoso conseguiu a sobra de bola, rematou à baliza e Tiknaz, no caminho da bola, desviou para o primeiro da tarde.
Em desvantagem, os pupilos de Tiago Margarido optaram por uma postura mais agressiva, na tentativa de voltar, rapidamente, à igualdade no marcador. Tudo isto não passou de pólvora seca e os adversários, claramente, superiorizaram-se aos da casa.
Fruto de mais uma jogada de excelente envolvência, Martim Neto, todo esticado pela esquerda, cruzou na direção de Clayton, que arrastou os centrais com ele. Léo Santos ainda conseguiu o corte subtil e Theofanis Bakoulas, à entrada da área, atirou para o fundo das redes, ampliando a vantagem aos 28 minutos.
Bem, o que já parecia complicado para a turma do arquipélago... tornou-se um autêntico Adamastor para ultrapassar. A momentos da partida ir para o intervalo, João Tomé fez um lançamento longo na direção de Demir Tiknaz, que rodou, mirou o alvo e não deu hipótese a Lucas França.
Resiliência trouxe frutos
Perante este pesadelo de primeira parte, Tiago Margarido optou por mudar quatro peças ao intervalo. Esta mini-revolução do treinador portuense deixou claros sinais de insatisfação. Petit também mexeu, retirando Tiknaz de campo, com João Novais, que envergou a braçadeira, a entrar.
André Sousa foi um dos atletas nacionalistas escolhidos para entrar e aos 46' deixou logo a sua marca. João Aurélio projetou-se junto ao flanco direito e, perante uma má cobertura do Rio Ave, o cruzamento saiu direito para o segundo poste, onde se encontrava o experiente médio, que reabriu uma janela para a sua equipa.
Com esta pequena abertura que serviu para a formação madeirense apanhar um pouco de ar, o Rio Ave manteve postura serena, não deixando que a partida entrasse numa fase anárquica. O balão de oxigénio, anteriormente conquistado, foi absolutamente esvaziado por um adversário que manteve um bloco sólido.
O ritmo do cronómetro parecia apontar para um final tranquilo e sem grandes surpresas: não foi o que aconteceu. Antes de toda a loucura do final, Clayton caiu na área, pediu penálti e ainda viu amarelo por simulação. O lance é polémico e, provavelmente, poderia ter sido decidido de outra forma.
Enganou-se bem que achava que isto ia ficar por aqui. A crença dos da casa parecia cada vez mais reforçada e a pressão sobre os adversários, gradualmente, foi crescendo. Já nos 91', Léo Santos, na sequência de um canto, aproveitou o belo cruzamento de Luís Esteves e devolveu um clima de dúvida a este jogo.
Nesta altura já não havia quem pudesse ter certezas do que ia acontecer dali para a frente. Os alvinegros usaram o clima de tensão a seu favor e consumaram o tão almejado empate. Rúben Macedo cruzou para o interior da área e Konstantinos Kostoulas, de forma azarada, acabou por anotar o autogolo.
Infelizmente para o comum adepto de futebol, não houve tempo para mais e a igualdade ficou fixada num jogo que poderia, perfeitamente, ter mais meia hora de agitação.