
Pedro Proença tomou posse como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). No seu primeiro discurso, na cerimónia que decorre na Arena Portugal, na Cidade do Futebol, deixou recados aos clubes grandes e pediu união.
«Viremos hoje a página. Temos um programa para executar. Uma equipa para implementar e os olhos postos em nós. A primeira palavra é para todos os agentes do futebol. Que a união que buscamos seja regada todos os dias. Que a vossa disputa seja exclusivamente em campo e que esta nova geração de dirigentes não falhe às pessoas nem ao país. Mudar pessoas e deixar tudo na mesma é como fazer tudo igual e esperar resultados diferentes. Não sou eu quem tem a responsabilidade única de virar a página. Vários dirigentes, que me dão a honra de estar aqui, têm na mão a capacidade de escrever um capítulo novo», afirmou.
«É cada um de vós também um motor desta indispensável mudança, para um tempo de maturidade. De mim, de nós, podem esperar exigência neste compromisso. Digo-vos olhos nos olhos e à frente de tanta gente: foi o compromisso que assumiram comigo e que me ajudou a estar aqui hoje. Futebol é um jogo de equipa. Sozinhos não ganhamos jogo nenhum. É um facto que Benfica, FC Porto e Sporting são os nossos clubes maiores, mas o SC Braga já desafia a lógica tripartida e outros o seguem porque o topo da pirâmide exige capacitação, competência e espírito coletivo. Portugal é à data de hoje o sexto melhor país em pontos nas competições europeias de clubes. São factos, não são análises subjetivas», pediu.
Centralização dos direitos televisivos«não pode dar passo atrás»
O que vos peço hoje, neste processo, é simples: nem um passo atrás. A centralização é uma espécie de maioridade sempre adiada. Sem ela, somos uma liga adolescente, sem projeto, sem ambição e sem futuro
Falou depois na centralização dos direitos televisivos: «Faltam três anos para a centralização dos direitos audiovisuais nas nossas principais ligas. Um salto pelo qual tanto lutámos e segue na Liga Portugal, em absoluta autonomia, venha quem vier a dirigir. Agradeço a presença de tantos presidentes de clubes que connosco trabalharam também para que isso acontecesse nos últimos anos. Eles sabem. Todos sabemos da importância desse momento para a nossa competitividade. O que vos peço hoje, neste processo, é simples: nem um passo atrás. A centralização é uma espécie de maioridade sempre adiada. Sem ela, somos uma liga adolescente, sem projeto, sem ambição e sem futuro. Se um de vós domina sozinho todos os anos, sabem bem, serão rei de terra pequena e Portugal precisa de ser maior. Em campo, a cada ano, só ganha um. Cresci toda a vida com uma certa dose de negativismo sobre os vencedores, em que o discurso se centra tantas vezes mais nos deméritos do que na honra. Tenhamos todos a capacidade de fazer do virar de página algo que não aconteça apenas na Cidade do Futebol, mas também no futebol de Portugal. No futebol de Portugal inteiro. Creio que chegou esse momento, essa hora.»