Eduarda Neves Santana nasceu há 29 anos na comunidade da Cidade de Deus, uma das zonas mais pobres do Rio de Janeiro. 

E contra todas as expectativas de alguém que nasce no seio de uma das favelas mais perigosas do Brasil, através das lutas, e já rebatizada Dudu Cowboyzinha, ela conseguiu chegar ao topo.  

Em 2019, depois de se destacar noutros circuitos de lutas marciais, foi contratada pela UFC e rumou à Suécia para se estrear num dos maiores palcos do mundo das lutas.  

A Cowboyzinha parecia lançada. Só que, entretanto, surgiu a pandemia de covid-19. E sem patrocínios, teve de pedir apoios sociais. Até que em setembro de 2020, testou positivo a uma substância dopante, foi defendida pela equipa, mas não conseguiu provar a inocência e foi suspensa por dois anos.

Agora, completamente transformada, a antiga lutadora surgiu num vídeo a receber comida de um grupo de apoio a pessoas sem-abrigo e assumiu ser dependente de drogas. 

«A minha família não entende também que isto é uma doença, não é safadeza não... É muito triste essa dependência. Às vezes fico dias e dias sem fumar, começo a empolgar-me e digo ‘vou lutar de novo!’. Só que depois, qualquer coisinha, dá-me depressão e volto a usar drogas de novo», lamenta, deixando um conselho para todos.

«Sigam os vossos sonhos e evitem a droga. Começa-se com um baseado [charro], cocaína, crack... E depois andas aí a prostituir-te por causa da droga. Hoje prostituo-me para comprar um pack de 20, para comprar um cigarro...», acrescentou. 

A antiga lutadora, porém, garante que não vai desistir do seu sonho. «Deus tirou-me tudo, mas um dia vai recuperar-me. Ele está a testar-me como testou Jesus. Mas um dia, essa história vai ter um final feliz. Aguardem o meu regresso!», atirou.