O primeiro-ministro projetou hoje anos auspiciosos para a seleção portuguesa de andebol, que alcançou um histórico quarto lugar no Mundial, ao perder com a França (35-34), no jogo de atribuição da medalha de bronze, em Oslo.

"Sendo esta uma geração que ainda tem muito pela frente, creio que a partir daqui podemos projetar os próximos anos como sendo de grande sucesso, de continuação desta jornada e de mobilização de todo o povo português para a prática desportiva e para a nossa unidade e identidade como nação", afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas no final da partida.

Na Unity Arena, a seleção portuguesa chegou ao intervalo a perder por 19-17 e, apesar da boa resposta na segunda parte, não conseguiu evitar a derrota por apenas um golo de diferença, desperdiçando uma bola para a igualdade nos últimos segundos.

"Acho que o país está todo orgulhoso, porque vibrou e viveu uma jornada de alegria, de superação e preenchida com espírito de equipa e de sacrifício. Nós tivemos um resultado excecional, que só não foi coroado agora [com uma medalha] por manifesta infelicidade. O jogo podia ter dado tanto para nós como para a França. Só isso já é histórico", observou.

Depois de ter assistido à partida ao lado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na tribuna do recinto, o primeiro-ministro cumprimentou jogadores, equipa técnica e dirigentes federativos, recebendo uma camisola da seleção autografada pelos 'heróis do mar'.

"Disse-lhes que eles talvez não tenham a noção da alegria e da emoção com que os portugueses acompanharam cada jogo e iam acreditando que era possível chegar a este dia. Foi a primeira vez na história do nosso andebol em que ficámos num Mundial até ao último dia. Com uma geração que ainda tem tantos anos pela frente, aquilo que lhes disse foi que o melhor ainda estava para vir em termos de Mundiais, Europeus e Jogos Olímpicos. Temos uma seleção para poder escrever a melhor página do andebol no desporto português", afiançou.

Apesar da derrota, a equipa das 'quinas' terminou num inédito quarto lugar a 29.ª edição do Mundial, cuja final será disputada hoje entre a Dinamarca, que derrotou Portugal nas meias-finais e é tricampeã em título (2019, 2021 e 2023), e a Croácia, vencedora como país independente em 2003.

"Não é fácil disputar um jogo com a França, que também é uma potência do andebol a nível europeu e mundial, e ter todas as outras nações a desejar que Portugal vencesse. Isto tem uma explicação: éramos os 'outsiders' desta fase, mas demonstrámos ter uma qualidade consistente que jogámos taco a taco com qualquer equipa e o pavilhão sentiu que essa capacidade de superação era um prémio nosso", adicionou Luís Montenegro.

Os 'heróis do mar' alcançaram o melhor resultado de sempre em fases finais de grandes competições internacionais, incluindo em seis participações em Campeonatos do Mundo (1997, 2001, 2003, 2021, 2023 e 2025), ao melhorarem a 10.ª posição de há quatro anos.

"Para ser honesto, só comecei a acreditar talvez depois do jogo da Noruega [vitória por 31-28, na terceira e última jornada da primeira fase de grupos], porque defrontámos um dos anfitriões da competição e uma equipa com um historial enorme. A forma categórica como vencemos aquele jogo fez-nos abrir o horizonte para as fases seguintes", concluiu.