
Pedro Gonçalves é orgulhosamente o menino de Vidago e foi lá que deu nas vistas com a bola nos pés. Ainda bem novo foi convidado para ir para as camadas jovens do FC Porto, mas a mãe não deixou.
«Quando tive o convite para ir treinar ao FC Porto a minha mãe disse-me que não pois era muito novo, mas prometeu que caso surgisse outra oportunidade não me ia cortar as pernas. Depois surgiu o SC Braga e deixou-me ir apesar de eu ainda só ter 12 anos», recordou no programa «Alta Definição» da SIC.
A ida para Braga marcou (e de que maneira) a vida de Pedro Gonçalves. « Foi muito complicada. O Sporting de Braga hoje tem umas condições incríveis, mas no início passei muitas dificuldades. Andava sempre sozinho, precisava que me levassem a jantar. Tinha de passar por um bairro complicado e lembro-me que uma vez estava a ver uma caderneta e apareceram dois rapazes que me queriam levar o cromo do Iniesta e perguntaram-me pelo telemóvel. Como não o quis dar disseram que iam chamar mais uns rapazes para lhes dar as coisas e foi aí que peguei no cromo do Iniesta e comecei a correr. Nunca mais me apanharam. Lembro-me que quando falava para casa dizia que estava tudo bem e não estava. Depois fui mais sincero e o clube ajudou-me mais, comecei a ter o apoio de mais pessoas, mas pensei em desistir. Sentia que não tinha o apoio suficiente. Olho para trás e não sei como consegui, creio que foi a viver o dia a dia. Treinava como se fosse o último dia.»