Portugal alcançou a sua melhor prestação de sempre no Campeonato da Europa Amador Feminino por Equipas, ao terminar no 14.º lugar, entre 20 países, num torneio realizado pela Associação Europeia de Golfe (EGA) e organizado pela Federação Francesa da modalidade.

O palco escolhido foi o famoso campo de Par-70 Golf de Chantilly, a cerca de 50 quilómetros a norte de Paris, que acolheu o prestigiado Open de França em 11 ocasiões, entre 1913 e 1990.

Competiram Alemanha, Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Escócia, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Inglaterra, Irlanda, Islândia, Itália, País de Gales, Países Baixos, Polónia, Suécia e Suíça, França e Portugal.

Portugal terminou a primeira fase de 'stroke play' (pancadas) no 16.º posto, com 749 pancadas, 49 acima do Par, após voltas de 372 e 377, tendo sido contabilizados os cinco melhores resultados individuais por dia entre as seis jogadoras portuguesas.

O 16.º posto apurou a equipa nacional para o Segundo 'Flight' (espécie de segunda divisão de um total de três), o que significa que ficámos afastados da luta pelos oito primeiros lugares. Em jogo estavam agora as posições entre os 9.º e 16.º lugares.

Nessa segunda fase, jogada em 'match play' (confronto direto), disputavam-se em cada dia cinco confrontos: um de pares (na modalidade de 'foursomes', ou seja, pancadas alternadas), e quatro de singulares.

A seleção nacional amadora da FPG começou por perder com a Dinamarca por 4-1 e passou a lutar pelos lugares entre o 13.º e o 16.º. Seguiu-se uma boa vitória sobre a República Checa por 3-2, fazendo com que o último dia decidisse as posições 13.ª e 14.ª. A derrota com a Islândia por 3-2 ditou o nosso 14.º lugar final.

Mas, atenção, o 13.º posto poderia perfeitamente sido alcançado se a campeã nacional de sub-16, Nicole Sardinha, não se tivesse lesionado num joelho. Como não pode jogar nesse dia, Portugal começou logo a perder por 1-0.

"Mega semana, no magnífico campo Golf de Chantilly, com as craques Portuguesas! 14.° lugar e melhor classificação portuguesa para a história, com a equipa mais jovem em prova! Orgulho imenso em fazer parte do vosso crescimento meninas, e estarei sempre presente para vos ajudar seja no que for!".

Esta foi a mensagem de Miguel Gaspar no Instagram. O profissional português já tinha estado a acompanhar algumas das melhores jogadoras portuguesas nos circuitos profissionais europeus LET e LETAS, com resultados bem positivos de Sofia Sá e Inês Belchior.

É indiscutível que a FPG está a apostar mais no setor feminino. Este ano, em Vidago, disputou-se o primeiro torneio português de um circuito profissional europeu desde 2017, curiosamente, o mesmo ano em que tínhamos estado pela última vez num Europeu Amador Feminino por Equipas.

Foi a 42.ª edição do 'European Ladies' Team Championship', uma prova em que a seleção nacional feminina amadora tem participado poucas vezes. Esta foi apenas a sexta vez em que Portugal esteve presente e a primeira desde 2017, quando o torneio veio a Portugal, ao Montado, em Palmela.

Aliás, das seis vezes em que Portugal jogou o Europeu, esta foi apenas a terceira no estrangeiro. Em 1961 e em 1993 a equipa nacional deslocou-se a Itália. Em 1967 (Penina), 1981 (Troia) e 2017 (Montado) as golfistas lusas jogaram sempre em casa.

É verdade que em 1961 e em 1967 Portugal foi, respetivamente, 8.º e 12.º classificado, teoricamente melhor do que o 14.º deste ano, mas nessas alturas ocupou sempre o último lugar, tal como quando foi 15.º em Troia e 19.º no Montado.

A única vez em que nos safámos à 'lanterna vermelha' fora em 1993, em Monza, quando se garantiu o 17.º posto entre 19 países.

É curioso que, nesse ano, Portugal jogou com Patrícia Brito e Cunha, Teresa Abecassis, Isabel Dantas, Branca Ferreira, Graça Medina e Patrícia Nunes Pedro.

A única que depois passou a profissional foi Patrícia Brito e Cunha (ou Patrícia Roquette) e este ano voltou a 'participar' como um dos dois membros da Direção da Federação Portuguesa de Golfe que se deslocaram a França, a par do também profissional, Miguel Gaspar.

As jogadoras que ficam agora ligadas à história do golfe nacional feminino com um 14.º lugar entre 20 países foram Inês Belchior (Terras da Comporta), Francisca Salgado (Vale de Janelas), Nicole Sardinha (reside em Miami), Francisca Ferreira da Costa (Miramar) e duas atletas da ADC Quinta do Lago, Amélia Gabin e Sofia Barroso Sá.

A única que já tinha participado anteriormente na prova foi Sofia Sá. Esteve em 2017, no Montado, com Leonor Bessa, Sara Gouveia, Leonor Medeiros, Joana Mota e Beatriz Themudo.

Sofia Sá, que estuda e compete nos Estados Unidos, também saiu com um recorde nacional no Europeu, ao alcançar um bem positivo 9.º lugar, entre 120 jogadoras, com 140 pancadas, a Par do campo, empatada com outras quatro competidoras. Em 2017, Leonor Bessa tinha sido 14.ª (-4) entre 114 concorrentes.

Merece, contudo, uma nota de destaque a prestação de Inês Belchior, porque foi a única jogadora portuguesa invicta na fase de confrontos diretos, depois de na primeira fase, por pancadas, ter alcançado um positivo 43.º lugar (+6).

Em 2017, Leonor Bessa, com um empate e uma vitória, também não perdeu. Mas Inês Belchior fez melhor, com duas vitórias e um empate: começou por empatar com a dinamarquesa Emma Kaisa Dalgaard Bunch, depois derrotou a checa Sofie Hlinomazova por 3/2 e a islandesa Elsa Maren Steinarsdottir por 2/1.

Sofia Sá foi outra portuguesa a brilhar na fase de duelos diretos, com duas vitórias e uma derrota. Também Francisca Ferreira da Costa esteve bem, com uma vitória, um empate e uma derrota.

O Europeu foi conquistado pela Espanha, que derrotou na final a França por 4,5-2,5, o mesmo resultado com que tinha derrotado a Alemanha, enquanto a vitória sobre a Inglaterra cifrou-se em 5-2.

A Espanha já tinha sido a melhor equipa na primeira fase, sendo até o único país a jogar abaixo do Par (-1). E foi também uma espanhola a obter o melhor resultado individual, Andrea Revuelta Goicoechea, com 133 (71+62), -7.

Foi o 6.º título de Espanha em 42 edições e o primeiro desde 2023, na Finlândia. Nessa altura, tinham-se passado dez anos desde o seu último troféu, em 2013, em Inglaterra.