Pol Espargaró retirou-se no MotoGP no fim de 2023, mas mesmo assim mantém-se ligado à categoria rainha e fez vários wildcards em 2024. A sua experiência é vasta, e desde que chegou à classe rainha em 2014 muito mudou.
O atual piloto de testes da Red Bull KTM explicou a Nico Abad que a aerodinâmica das motos atuais tem um grande impacto nas ultrapassagens: ‘É muito mais difícil de ultrapassar – não só pela turbulência que gera a aerodinâmica do piloto à frente. Todas as asas estão feitas para criar carga aerodinâmica, mas também para gerar turbulência, para que o piloto que tenhas atrás esteja o menos confortável possível. Digamos que é uma consequência’.
Segundo Espargaró, a pressão e a temperatura do pneu frontal aumenta muito a perseguir um piloto, o que causa dificuldades: ‘O que mais gera isto é um problema com a temperatura e a pressão do pneu dianteiro. É um grande problema ir atrás de outro piloto quando começas a aproximar-te. É como um piloto que vai a recuperar muitas posições, depois chega atrás de um piloto e não tem coragem para o ultrapassar rapidamente mas está a rodar mais de meio segundo mais veloz. Provavelmente a pressão do pneu dianteiro… creio que ninguém é capaz de controlar, nem com acelerações diferentes, para que a temperatura seja muito mais estável e para que [a pressão] não suba por exemplo de 1,7 para 2,1’.
Se as mudanças técnicas da pressão dos pneus são ínfimas, até cerca de 0,05bar, tal é diferente em contexto de corrida como disse o espanhol: ‘Temos de entender que, numa corrida, atrás de um piloto, na melhor das hipóteses passas de 1,7 para 2,1s. Ou seja, nós de mudanças tão pequenas de 0,05s passamos a uma mudança de 0,5. Então, a mudança que o piloto sente é muito grande, e esse é um dos maiores problemas – exceto as penalizações – para o espetáculo’.