Entre outros temas, CFO da SAD dos dragões aborda Liga dos Campeões e Mundial de Clubes
Pereira da Costa, CFO da SAD do FC Porto, explicou esta sexta-feita o relatório e contas dos dragões, que apresentou resultados negativos na ordem dos 21 milhões de euros.
Crescimento em todas as linhas: "Houve crescimento em todas as linhas de receitas operacionais e em particular as receitas comerciais. Mas, apesar do crescimento positivo, o resultado acaba por ficar próximo de zero, à semelhança do exercício anterior, porque os resultados com transações de passes são insuficientes para compensar os custos financeiros bastante significativos e que se agravaram. Na conjugação destes dois efeitos, apesar de melhorar, continua ainda em território bastante negativo."
Venda de Otávio: "Este ano, a venda do Otávio permitiu-nos estar no positivo na transação de passes, mas insuficiente para que o resultado líquido fosse positivo. Com a Liga dos Campeões e a estrututa de custos, precisávamos até junho de gerar na ordem de 20, 25, 30 milhões de euros com transações de passes jogadores para obtermos resultado líquido positivo. Tivemos um agravamento muito significativo de 22/23 para 23/24, passámos de cerca de 22,7 para 29,7 M€. Para este agravamento contribuíram novos financiamentos contratados com juros elevados. Destaque para o desconto da segunda tranche do atleta Otávio, que vencia a 1 de julho de 2024, que foi antecipada para o final de março e que teve um custo de pagamento de cerca de 2,2 M€. Um custo de 12% por um período de três meses. É uma operação muito onerosa. A isto juntaram-se outras muito elevadas para o que devia ser a atividade normal..."
Temos de fazer 20/25/30 milhões de euros em transações de passes até junho para termos resultados líquidos positivos. Abaixo desse valor significa resultados negativos"
Mundial de Clubes: "Estimamos que o prémio de participação no Mundial de Clubes chegue ainda durante este exercício. Mas tudo leva a crer que essa receita venha a ficar abaixo do que foi inicialmente estimado, que seria um valor de 50 milhões de euros. Creio que vamos ficar um bom bocado aquém desse valor, apesar de que ainda há pouca informação sobre isso."
Reavaliação do Estádio do Dragão: "O Estádio do Dragão em 2023 tinha valor contabilístico de 112 M€, no final do ano foi efetuada uma primeira reavaliação ainda pela anterior administração que elevou o valor para os 279 M€. Esta reavaliação veio a ser desafiada pela CMVM, num processo que se iniciou em março do ano passado e durou até agora, e que nos obrigou a reavaliar novamente. Trata-se de uma metodologia distinta que foi utilizada para avaliação do estádio. A CMVM questionou se essas receitas eram exclusivas do estádio ou contribuíam de outros ativos. Desconsiderou a avaliação que foi feita, utilizámos o tal método distinto, utilizando os fluxos de caixa de uma renda, considerámos o Estádio do Dragão como um ativo imobiliário, fazendo o desconto de rendas que um clube de futebol utilizaria. Ela foi aceite pela CMVM e descontando os fluxos resultou uma nova valorização, que agora se situa nos 213 M€. Houve redução de 66 M€ e em termos de capitais próprios tivemos uma redução de capitais próprios na ordem dos 47 M€."
Ithaka: "Quando este novo conselho de administração chegou, existia um acordo para explorar esta atividade comercial do Estádio do Dragão. Um acordo com a Ithaka em que o FC Porto cedia 30% dos direitos económicos por 65 M€ por uma ligação de 25 anos. Estas receitas comerciais têm potencial de crescimento. São o motor da atividade. Já sob este conselho de administração, depois de conseguimos renegociar e chegar a um valor potencial de 100 M€, achamos que o valor será superior aos 65 M€, sendo que o valor no closing da operação passou de 40 para 50 M€, sendo que ficou estipulada a opção de o FC Porto recomprar os 30%. Esta semana concretizámos e assinámos os contratos com a Ithaka. Já se concretizou este encaixe de 50 milhões de euros. Já temos 50 M€ na nossa conta, dos quais 15 M€ se destinam a financiar os investimentos que vamos fazer no estádio, modernizando o equipamento em várias áreas, proporcionando melhor experiência aos sócios e adeptos."
Crescimento em todas as linhas: "Houve crescimento em todas as linhas de receitas operacionais e em particular as receitas comerciais. Mas, apesar do crescimento positivo, o resultado acaba por ficar próximo de zero, à semelhança do exercício anterior, porque os resultados com transações de passes são insuficientes para compensar os custos financeiros bastante significativos e que se agravaram. Na conjugação destes dois efeitos, apesar de melhorar, continua ainda em território bastante negativo."
Venda de Otávio: "Este ano, a venda do Otávio permitiu-nos estar no positivo na transação de passes, mas insuficiente para que o resultado líquido fosse positivo. Com a Liga dos Campeões e a estrututa de custos, precisávamos até junho de gerar na ordem de 20, 25, 30 milhões de euros com transações de passes jogadores para obtermos resultado líquido positivo. Tivemos um agravamento muito significativo de 22/23 para 23/24, passámos de cerca de 22,7 para 29,7 M€. Para este agravamento contribuíram novos financiamentos contratados com juros elevados. Destaque para o desconto da segunda tranche do atleta Otávio, que vencia a 1 de julho de 2024, que foi antecipada para o final de março e que teve um custo de pagamento de cerca de 2,2 M€. Um custo de 12% por um período de três meses. É uma operação muito onerosa. A isto juntaram-se outras muito elevadas para o que devia ser a atividade normal..."
Temos de fazer 20/25/30 milhões de euros em transações de passes até junho para termos resultados líquidos positivos. Abaixo desse valor significa resultados negativos"
Mundial de Clubes: "Estimamos que o prémio de participação no Mundial de Clubes chegue ainda durante este exercício. Mas tudo leva a crer que essa receita venha a ficar abaixo do que foi inicialmente estimado, que seria um valor de 50 milhões de euros. Creio que vamos ficar um bom bocado aquém desse valor, apesar de que ainda há pouca informação sobre isso."
Reavaliação do Estádio do Dragão: "O Estádio do Dragão em 2023 tinha valor contabilístico de 112 M€, no final do ano foi efetuada uma primeira reavaliação ainda pela anterior administração que elevou o valor para os 279 M€. Esta reavaliação veio a ser desafiada pela CMVM, num processo que se iniciou em março do ano passado e durou até agora, e que nos obrigou a reavaliar novamente. Trata-se de uma metodologia distinta que foi utilizada para avaliação do estádio. A CMVM questionou se essas receitas eram exclusivas do estádio ou contribuíam de outros ativos. Desconsiderou a avaliação que foi feita, utilizámos o tal método distinto, utilizando os fluxos de caixa de uma renda, considerámos o Estádio do Dragão como um ativo imobiliário, fazendo o desconto de rendas que um clube de futebol utilizaria. Ela foi aceite pela CMVM e descontando os fluxos resultou uma nova valorização, que agora se situa nos 213 M€. Houve redução de 66 M€ e em termos de capitais próprios tivemos uma redução de capitais próprios na ordem dos 47 M€."
Ithaka: "Quando este novo conselho de administração chegou, existia um acordo para explorar esta atividade comercial do Estádio do Dragão. Um acordo com a Ithaka em que o FC Porto cedia 30% dos direitos económicos por 65 M€ por uma ligação de 25 anos. Estas receitas comerciais têm potencial de crescimento. São o motor da atividade. Já sob este conselho de administração, depois de conseguimos renegociar e chegar a um valor potencial de 100 M€, achamos que o valor será superior aos 65 M€, sendo que o valor no closing da operação passou de 40 para 50 M€, sendo que ficou estipulada a opção de o FC Porto recomprar os 30%. Esta semana concretizámos e assinámos os contratos com a Ithaka. Já se concretizou este encaixe de 50 milhões de euros. Já temos 50 M€ na nossa conta, dos quais 15 M€ se destinam a financiar os investimentos que vamos fazer no estádio, modernizando o equipamento em várias áreas, proporcionando melhor experiência aos sócios e adeptos."