Apesar de ainda não ter conquistado a titularidade absoluta no Bayern München, João Palhinha, adquirido pelos bávaros ao Fulham por 51 milhões de euros, deu um pouco a conhecer-se à massa associativa.

«A primeira coisa em que penso é em como cresci, com os meus pais e o meu irmão em Lisboa. Nós os quatro temos uma relação muito próxima. Mas também penso na nossa casa de família nos arredores da cidade. A nossa família sempre teve lá um terreno e o futebol deu-me a oportunidade de construir uma casa para todos nós. É um sítio muito especial para mim, cheio de recordações maravilhosas», referiu, numa primeira instância, aos meios de comunicação do emblema germânico.

«Lembro-me dos momentos que passámos ali juntos, incluindo com os meus avós. Penso imediatamente no meu avô, que infelizmente já não está vivo. Ele era muito hábil com as mãos e sabia construir tudo. Quando eu era pequeno, fez-me verdadeiras balizas com redes de pesca. Infelizmente, não herdei a sua destreza manual. Nunca poderia ter sido guarda-redes [risos]. Sou melhor com os pés», acrescentou.

O internacional luso confessou que falou com os compatriotas João Cancelo e Renato Sanches antes de ingressar nos die roten. O atleta de 29 anos mostrou-se ainda agradecido por ter voltado a entrar no radar do clube, após a transferência falhada em 2023.

«Há um ditado no meu país que diz que, por vezes, o comboio não vem duas vezes. Mas, neste caso, o comboio veio uma segunda vez e as portas abriram-se novamente. Não estava necessariamente à espera disso, e acho extraordinário que este grande clube nunca tenha interrompido o contacto. Tudo isso me mostrou mais uma vez como o Bayern é um clube especial e que eles realmente acreditam em mim em Munique», garantiu.

O médio aproveitou a oportunidade para contar uma história: «Depois de um jogo de uma seleção contra os Estados Unidos - devia ser a equipa de sub-17 ou sub-18 - o treinador adversário veio ter comigo e disse-me: 'És o próximo Javi Martínez'. Claro que eu sabia quem era o Javi e o que ele tinha feito no Bayern, mas depois disso passei a olhar com mais atenção quando o via jogar. Era lisonjeiro ser comparado com ele, mas nunca o quis copiar. Ele é o Javi, eu sou o João.»

Recorde-se que o jogador, com passagens no Sporting, no Belenenses, no Moreirense e no SC Braga, soma cinco encontros ao serviço do novo projeto.