Não há Volta como o Tour e aquela mítica camisola amarela é o troféu mais desejado na chegada a Paris. É assim há 112 edições. Mas a Volta a França não é apenas a maior em tradição, em impacto mediático, em interesse, em adeptos, em quilómetros, é também a maior nos prémios que oferece às também maiores estrelas do ciclismo mundial.

E neste ranking é impossível bater Tadej Pogacar. O esloveno pedala para mais uma vitória no Tour quando faltam cinco etapas e já ajudou a equipa UAE Emirates a amealhar 100 mil euros, cumpridas as duas primeiras semanas da prova. O vencedor de cada etapa recebe 11 mil euros, e, além disso, por cada etapa em que vestir a camisola amarela mais 500, o segundo classificado 5.500 e o terceiro 2.800, mas quem garantir a classificação até ao 20.º lugar também é premiado.

Além dos prémios por etapas, há prémios (25 mil euros) para o vencedor da classificação por pontos que veste a camisola verde e o mesmo valor para o vencedor da montanha.

Mas é para quem cruzar os Campos Elísios, domingo, último dia do Tour, na frente da geral que está guardado o cheque com mais números: 500 mil euros. O segundo recebe 200 mil e o terceiro 100 mil. A organização, porém, promete que ninguém sai de mãos a abanar e mesmo o último terá direito a mil euros, já que todos os que terminarem, independentemente da classificação, serão reconhecidos.

Ordenados

Um ciclista profissional percorre cerca de 40 mil quilómetros por época, apontam estudos sobre o tema, muitos destes sob frio, calor, solitário e, apesar dos valores que recebem estarem longe de algumas estrelas mundiais, a chegada de equipas como a UAE Emirates trouxe um novo elan para o desporto do povo.

Apesar de não serem número oficiais, a renovação do esloveno Tadej Pogacar permitiu-lhe passar a receber 8,2 milhões de euros por época, segundo jornal italiano La Gazzetta dello Sport, e não há ninguém no pelotão que consiga aproximar-se desses valores. Nem o seu maior rival, o dinamarquês Jonas Vingegaard que segundo os especialistas recebe pouco mais de metade do esloveno. E, já agora, nem vale a pena tentar roubá-lo à Emirates porque, a ser real a cláusula de rescisão no novo contrato que se prolongará até 2030, a mesma foi fixada em 200 milhões de euros!

Entre os meios da especialidade, estima-se que João Almeida possa ser um dos corredores mais bem pagos do pelotão, mas na verdade antes da renovação de contrato que aconteceu há uma semana, o valor apresentado pelas outras equipas apontam para um valor na ordem dos 2 milhões/ano, o que o deixa, inclusive, fora do top 10.

Atrás de Pogi, aparece Primoz Roglic que aproveitou a transferência para a Red Bull Bora-hansgrohe, para passar a receber 5,5 milhões de euros por ano e Jonas Vingegaard que recebe pouco mais de metade do que o esloveno leva para casa.

Ciclistas mais bem pagos World Tour

  1. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates-XRG): 8 milhões de euros

  2. Primoz Roglic (Red Bull Bora-hansgrohe): 5,5 milhões de euros

  3. Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike): 4,5 milhões de euros

  4. Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck): 4 milhões de euros

  5. Wout van Aert (Visma-Lease a Bike): 3,5 milhões de euros

  6. Remco Evenepoel (Soudal-Quick-Step): 3 milhões de euros

  7. Adam Yates (UAE Team Emirates-XRG): 2,8 milhões de euros

  8. Tom Pidcock (INEOS Grenadiers): 2,7 milhões de euros

  9. Egan Berna (INEOS Grenadiers): 2,5 milhões

  10. Carlos Rodriguez (INEOS Grenadiers: 2,5 milhões

Estes valores não contabilizam patrocinadores individuais, que, em alguns casos, fazem disparar os números. No caso de Tadej Pogacar, por exemplo, tem acordos comerciais com os ténis DMT, capacetes Met, produtos nutricionais Enervit, a marca de água croata Jana, a empresa americana de tecnologia doméstica Plume e o conselho de turismo esloveno.

Mathieu Van der Poel, por exemplo, possui contrato com a marca de automóveis Lamborghini e Wout Van Aert, assim como Tom Pidcock com a Red Bull.

Pogacar profissionalizou-se na UAE Emirates, em 2019, e viu o seu vínculo à equipa árabe prolongado após a bem-sucedida temporada de 2024, em que cumpriu um total de 58 dias de competição em 2024 e conquistou 25 vitórias. O corredor de 26 anos foi o primeiro corredor desde Marco Pantani (1998) a vencer o Giro e o Tour no mesmo ano e juntou-se a Eddy Merckx (1974) e a Stephen Roche (1987) ao juntar ao triunfo naquelas duas grandes Voltas a título mundial de fundo, completando a chamada tripla coroa.