
O nadador alemão Lukas Märtens e a canadiana Summer McIntosh confirmaram este domingo o favoritismo nos 400 metros livres, nas primeiras finais dos Mundiais de natação pura, em Singapura, com Diogo Ribeiro apurado para a final nos 50 mariposa.
Com 3.42,45 minutos, ainda assim longe do recorde do mundo (3.39,96) que surpreendentemente estabeleceu este ano, o campeão olímpico em Paris2024 impôs-se por dois centésimos ao australiano Sam Short, segundo, com o sul-coreano Kim Woomin em terceiro, a 3.42,60.
É o primeiro título mundial para o alemão de 23 anos, enquanto Short se redimiu com a prata do quarto lugar em Paris2024, voltando ao pódio, assim como Kim Woomin, bronze também nos Mundiais Doha2024.
Märtens tem marcado a distância no último ano, do título olímpico ao recorde mundial, que bate uma marca que se mantinha em vigor desde 2009 e da era dos 'superfatos', do compatriota Paul Biedermann.
Sem a 'estrela' australiana Ariarne Titmus, foi com naturalidade que Summer McIntosh, a recordista mundial com 3.54,18 minutos estabelecidos em junho deste ano, se impôs a toda a concorrência.
A jovem de 18 anos, que somou o primeiro título mundial nesta distância, nadou em 3.56,26 e bateu a chinesa Li Bingjie por praticamente dois segundos, relegando-a para o segundo lugar à frente da histórica norte-americana Katie Ledecky.
Ledecky, de 28 anos, somou mais um pódio ao seu recorde de medalhas individuais em Mundiais, ao acabar no bronze, com 3.58,49, deixando fora do pódio a australiana Lani Pallister, uma das favoritas, apenas quarta com 3.58,87.
Numa final rápida, com quatro nadadoras abaixo dos 3.59 minutos, Bingjie bateu o recorde da China e Pallister, de fora do pódio, também fixou novo máximo, sendo agora a quinta mulher mais rápida da história, tendo tido três delas à sua frente na mesma final.
Nesta distância, a portuguesa Francisca Martins foi 15.ª classificada, com 4.10,16 minutos, poucos dias depois de se sagrar campeã mundial universitária da distância, nadando ainda na cidade-estado os 200 livres.
Nas outras duas finais, as estafetas 4x100 metros livres, a Austrália 'limpou' ambos os títulos, com recorde dos mundiais em masculinos, fazendo cair um registo de 2019 com 3.08,97 minutos.
Em femininos, Mollie O'Callaghan, Meg Harris, Milla Jansen e Olivia Wunsch confirmaram os pergaminhos das australianas, que têm, com outras configurações, o recorde do mundo (2023) e o título olímpico (2024), com 3.30,60 de marca.
Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, com 3.31,04 em final de que o treinador retirou a 'estrela' Gretchen Walsh, com notícias de vários nadadores doentes nessa seleção, com os Países Baixos em terceiro, com 3.33,89.
A nota dominante do primeiro dia foi a intoxicação alimentar que afetou a seleção norte-americana, uma das grandes potências da natação mundial, levando a que vários nadadores e nadadoras fossem retiradas de prova, a começar pela campeã olímpica dos 100 metros mariposa, Torri Huske, que não nadou a 'sua' distância.
Apurada para a final, nos 200 metros estilos, está o 'fenómeno' chinês Zidi Yu, que se estreia em Mundiais de natação sénior aos 12 anos, mostrando-se a um público global após um 2025 em que tem registado marcas muito rápidas, sobretudo tendo em conta a idade.
A pré-adolescente apurou-se nas eliminatórias e, depois, nas meias-finais para chegar à disputa pelas medalhas num dos dois eventos para os quais se qualificou, sendo o outro os 400 metros estilos.
Aos 12 anos, Yu tem como recordes pessoais, nos 200 e nos 400, tempos que lhe dariam o quarto lugar nas finais dos últimos Jogos Olímpicos.
Também na final está o português Diogo Ribeiro, prosseguindo a defesa do título nos 50 mariposa que conquistou em Doha2024, seguindo na luta por uma quarta medalha portuguesa em Mundiais -- todas as três que o país soma, dois ouros e uma prata, pertencem ao jovem de 20 anos natural de Coimbra.
No cômputo geral das meias-finais, registou o quinto melhor tempo, 22,83, a três centésimos do recorde do mundo, tendo o francês Maxime Grousset registado 22,61, e apurou-se para a final, na manhã de segunda-feira, pelas 12:45 de Lisboa, de uma distância que se vai estrear no programa olímpico em Los Angeles2028.