
Miguel Oliveira não escondeu a frustração após a corrida em Mugello. Apesar de ter sido o melhor piloto Yamaha, cortando a meta em 13.º lugar, o português confirmou as dificuldades com a moto nipónica que deixam pilotos de fábrica e Pramac Racing à beira de um ataque de nervos quando estão em pista.
«Ser o primeiro Yamaha a cortar a meta torna a desilusão um pouco menor, mas, para ser sincero, o resultado e a diferença para o primeiro — 26 segundos — é o que realmente importa, e é demasiado. Faltou-nos desempenho, faltou-nos ritmo e gerir as vibrações da moto foi complicado. O calor e a dificuldade em ultrapassar tornaram tudo quase impossível. Só para me manter com o grupo da frente tive de levar os pneus ao limite, sem hipótese de gerir nada. Foi uma corrida difícil, mas é o que é. Vamos analisar tudo e tentar melhorar em Assen», disse o piloto português referindo-se ao próximo fim de semana em que o Mundial se muda para os Países Baixos, onde se realiza a 10.ª corrida da temporada.
Foi um fim de semana duro para a Prima Pramac Yamaha MotoGP, especialmente numa corrida tão simbólica com a pintura comemorativa dos 10 anos da Prima Assicurazioni. As temperaturas escaldantes em Mugello — mais de 30 °C no ar e 50 °C no asfalto — colocaram a YZR-M1 à prova, e tanto Miguel Oliveira como Jack Miller sentiram as consequências.
Miller, que partiu de 13.º, viu a sua corrida terminar prematuramente na 10.ª volta devido a um problema na embraiagem. Já Miguel enfrentou vibrações severas durante toda a prova, mas com muita garra conseguiu terminar em 13.º, ultrapassando Quartararo na reta final.
«Logo no arranque, a embraiagem praticamente queimou-se assim que a larguei — apesar de ter feito um bom arranque. Nas três primeiras voltas estava a patinar imenso. Estava a trocar de mudanças mais cedo em todo o lado, a tentar reanimá-la. Recuperou um pouco, mas sempre que apanhava um ressalto, parecia um pontapé e atirava-me para fora da trajetória. Fui ultrapassado por toda a gente e, depois de um toque com alguém na primeira volta, ainda perdi uma asa, o que me deixou com a frente da moto a levantar constantemente. Depois tivemos um problema de combustível que tornou a moto ainda mais agressiva. A partir daí, era praticamente impossível de conduzir. Tentei continuar, mas no fim tive de desistir. Foi duro, mas agora é altura de fazer reset e olhar em frente», afirmou o australiano.