A Federação Internacional de Judo (FIJ) vai levantar a suspensão imposta a Portugal por dívidas. Desta forma, sete judocas lusos vão poder competir nos Mundiais com as insígnias do país.

"A Federação Portuguesa de Judo (FPJ) informa que vai ser levantada a suspensão que impedia a participação de atletas portugueses em provas internacionais sob representação nacional , incluindo o Campeonato do Mundo que se realiza na próxima semana em Budapeste", informou o organismo à agência Lusa.

O reverter da situação resultou de uma reunião na quarta-feira em Budapeste, na Hungria, entre o presidente da FPJ, Sérgio Pina, representantes da Federação Internacional, e o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Fernando Gomes.

Nos Mundiais de Budapeste, que se realizam entre 13 e 20 de junho, Portugal contará com os judocas Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).

O que levou à suspensão?

O presidente da FPJ, Joaquim Sérgio Pina, explica que em causa estão dívidas no valor de 800 mil euros, oriundas de 2021, quando ainda era Jorge Fernandes o líder da federação.

"Em 2021, foram contratualizados um Grand Prix de Portugal, que teria a duração de quatro anos, e um Campeonato do Mundo de Juniores. E para estas provas nunca foi pedida uma carta de conforto a quem nos tutela", afirma Sérgio Pina, alegando que entrou na FPJ com esses campeonatos por pagar.

Quando assumiu, admite que "tinha conhecimento" das dívidas com a Federação Internacional de Judo e revela que tentou "fazer um plano" para quitá-las. O Grand Prix de 2025 foi cancelado devido aos problemas financeiros.

"Estamos a tentar, junto de quem nos tutela, conseguir um apoio de forma a que se tente abater a dívida", conta o presidente da FPJ, que diz já ter conversado com o Secretaria de Estado do Desporto, com o Instituto Português da Juventude e também com Fernando Gomes.

Falta pagar à FIJ algo “no valor de 800 mil euros”, diz Sérgio Pina.

Ex-presidente diz que deixou tudo pago

O anterior presidente do organismo, Jorge Fernandes, destituído em dezembro de 2022, esclareceu à Lusa não "ter nada a ver com a situação", explicando as contas deixadas quando cessou o mandato.

"Não tenho nada a ver com isso, saí há dois anos e meio. Em dezembro de 2022, eu saio. Em janeiro de 2023, com o Grand Prix de Portugal, há uma dívida de 250.000 euros à IJF. Um valor a ser pago apenas no final do evento", começou por dizer o ex-presidente.