Jorge Martin (Aprilia), campeão mundial em título, anunciou esta quinta-feira a intenção de deixar a Aprilia no final desta temporada do Mundial de MotoGP, em publicação feita nas redes sociais.

Martin, que está afastado das pistas desde o GP do Qatar de 13 de abril devido a lesão, declarou que decidiu exercer o direito de se libertar para a temporada de 2026.

"Nunca incumpri o contrato. Quando o assinámos, concordámos com a Aprilia que, se certas circunstâncias não ocorressem, reservar-me-ia o direito de decidir o meu futuro para 2026. Essa foi uma condição essencial para aceitar a proposta de contrato que me fizeram naquele momento", começou por explicar o piloto espanhol, que, no final de 2024, trocou a Prima Pramac Ducati pela equipa oficial da Aprilia.

Jorge Martin acrescentou que o objetivo da cláusula que lhe permitia abandonar a equipa ao fim de um ano era perceber se conseguiria ambientar-se bem ao construtor italiano.

"Quando, no ano passado, tomei a decisão de mudar de equipa, uma das minhas premissas era ter a possibilidade de testar a mota em condições reais e compreender a sintonia com a equipa e os seus métodos de trabalho. Dessa forma, poderia sentir-me confortável ao assinar por dois anos em vez de um, e, por isso, incluímos essa condição", frisou.

Mas, nesta temporada, Martin tem sido massacrado por lesões. Foi operado duas vezes na pré-época a fraturas nos dois braços, que o arredaram das primeiras corridas. Quando regressou no GP do Qatar, uma queda violenta em corrida voltou a provocar diversas lesões, incluindo a fratura de 11 costelas e um pneumotórax (colapso pulmonar), que o mantêm afastado das pistas desde então.

"Diante da situação de ter de tomar uma decisão numa data que me foi estabelecida por contrato, decidi exercer o direito de me libertar para a temporada de 2026. Sempre agi com respeito, de forma clara e com a única intenção de assumir o controlo sobre o meu futuro como atleta profissional", indicou Martin.

O piloto espanhol admite que "as circunstâncias decorrentes das quedas, embora não afetem o que foi acordado, condicionaram esta fase".

"Por isso, estive sempre aberto ao diálogo com a Aprilia para estender esse período por um número determinado de Grandes Prémios, a partir do meu regresso às competições. Tudo isso com o objetivo de que ambas as partes possam ter uma segunda oportunidade e sentir-se confortáveis antes de tomar uma decisão para 2026", precisou.

O piloto madrileno sublinha ainda ter sido "sempre honesto com a Aprilia".

"Valorizei a mota, a equipa e o esforço de todas as pessoas que fazem parte do projeto. O único que peço é que seja respeitada a minha vontade e o espírito do que foi acordado na época com a Aprilia", concluiu, descartando a existência de qualquer conflito.

Já no passado domingo, depois da vitória do italiano Marco Bezzecchi (Aprilia) no Grande Prémio de Inglaterra, o patrão da Aprilia, Massimo Rivola, disse que o triunfo era um recado para Jorge Martin.