
João Noronha Lopes já reagiu ao acórdão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
João Noronha Lopes reagiu em comunicado ao acórdão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, envolvendo a final da Taça de Portugal, na qual o Benfica foi derrotado pelo Sporting. O candidato às presidenciais do emblema da Luz assumiu que são necessárias mudanças profundas na arbitragem.
João Noronha Lopes indicou que o Benfica foi prejudicado na partida, algo comprovado pelos castigos aplicados aos jogadores do Sporting. Eis o comunicado:
O acórdão do Conselho de Disciplina hoje conhecido vem confirmar os problemas gravíssimos da arbitragem em Portugal.
O Sport Lisboa e Benfica foi gravemente prejudicado, quer pela inércia da arbitragem, quer pela inação do VAR, quer ainda pela demora injustificada da justiça desportiva, que apenas atua muito depois de o dano estar consumado.
É fundamental que sejam retiradas consequências deste acórdão, desde logo pela conduta violenta e anti-desportiva dos atletas do Sporting, que agrediram um adversário e mais tarde celebraram essa agressão. Os agentes do desporto têm a obrigação de fazer deste um exemplo a não repetir, por violar de forma grosseira as normas éticas da FPF e da UEFA. E o silêncio institucional após os festejos vergonhosos deixa claro que, para alguns paladinos da moral, a violência e a sua glorificação têm lugar no desporto.
Mas é ainda mais grave constatar a total inoperância dos árbitros e vídeo-árbitros envolvidos. Ainda assim, no entender do Conselho de Disciplina, a incompetência e a negligência não devem ter consequências. Em virtude dos factos relatados, como podemos aceitar que estes árbitros desempenhem funções em jogos oficiais?
A integridade da final da Taça de Portugal foi comprometida. Não há verdade no resultado deste jogo. Se o atual sistema disciplinar não protege os jogadores nem a verdade desportiva, quem protege?
A arbitragem em Portugal precisa de uma reflexão profunda, se quiser combater a suspeição e a desconfiança legítimas. Perante a desresponsabilização a que assistimos, o Benfica deve impor veementemente esta reflexão e contribuir para a definição de um plano de ação que restaure a credibilidade da arbitragem, passando desde já pelas seguintes medidas:
– criação de um comité independente e autónomo para revisão de lances em jogos de importância capital, como acontece em outras ligas europeias;
– revisão do limite temporal estabelecido, durante o jogo, para a avaliação de lances como o que esteve na origem do acórdão hoje conhecido, tanto em casos de falta violenta como de falta grosseira;
– publicação de todas as comunicações áudio entre árbitro e VAR, começando pelas da liga 2024/2025 e da final da Taça de Portugal 2024/2025;
– definição de um novo regulamento, sob a égide do Conselho de Disciplina da FPF, com um reforço das sanções disciplinares para atletas e árbitros que incorram em erros que coloquem em causa a verdade desportiva, a integridade física dos atletas e atentados à ética desportiva».