
A interdição do Estádio da Luz, por um jogo, foi suspensa. Isto porque o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) aceitou a providência cautelar apresentada pelo Benfica. O castigo foi aplicado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a 4 de julho, consequência do mau comportamento dos adeptos no encontro com o FC Porto, realizado a 6 de abril, no Dragão.
Como se refere no acórdão do TAD, a que Record teve acesso, o Benfica apresentou argumentos e documentação que podem colocar em causa a decisão do Conselho de Disciplina, sendo que a Federação não se opôs à providência. Os encarnados sublinham que a aplicação imediata da interdição provoca "prejuízos irreversíveis" pela privação de receitas publicitárias e de bilhética, além de impedir as águias de jogar em casa no encontro da ronda inaugural da Liga, que foi adiado para setembro. Ao invés, o TAD não vê qualquer prejuízo relevante para a FPF com a suspensão provisória da sanção, além de um mero atraso na sua execução.
No clássico de abril, os apoiantes encarnados "deflagraram 34 tochas incandescentes e quatro flashlights e arremessaram, pelo menos, uma dessas tochas e um flashlight para a bancada inferior onde se encontravam os adeptos adversários, tendo tais artefactos caído no meio deles, causando o pânico na referida bancada, sem que, todavia, tenham resultado feridos".
Segundo a acusação, o arremesso de artigos pirotécnicos violou os princípios do fair play e da ética desportiva e criou uma situação concreta de evidente perigo, para a vida e segurança dos espectadores e para a tranquilidade e a segurança públicas por "força do pânico que se gerou".
Cumprindo o que já havia prometido, o Benfica recorreu para o TAD, alegando que a decisão disciplinar padecia de nulidade por violação do direito de defesa, ausência de identificação clara dos deveres alegadamente violados e utilização de prova alegadamente ilegal. Os encarnados também consideram que a acusação não identificou, em concreto, os deveres específicos violados pelo Benfica e lembrou que os dragões foram os promotores do espetáculo.