
Durante o Mundial de Clubes o jornal A BOLA conta-lhe, diariamente, uma curiosidade relacionada com um dos clubes participantes na primeira edição desta nova versão da prova.
Inter de Milão, o clube a quem o fascismo tentou roubar a identidade, sem sucesso.
Considerada uma das formações mais emblemáticas da Serie A, o Football Club Internazionale Milano foi fundado com o intuito de abrir Itália a jogadores de todo o Mundo. Insatisfeitos com a política de contratação de jogadores estrangeiros por parte do Milan, vários sócios rossoneri decidiram fundar um outro clube na cidade de Milão e romper com os valores nacionalistas que começavam a imperar no país. A ideia era criar um emblema… Internazionale.
Apesar de ter conquistado dois scudettos nos primeiros 12 anos de existência, o conto de fadas dos nerazzurri acabaria por terminar com a ascensão e chegada ao poder de Il Duce, Benito Mussolini. Em suma, o fascismo deixou marcas no clube.
Os valores defendidos pelo Inter eram ideologicamente opostos à doutrina fascista e, portanto, o clube foi forçado a fundir-se com a Unione Sportiva Milanese, em 1928, dando origem à Società Sportiva Ambrosiana, em referência a Santo Ambrósio, padroeiro da cidade.
Com mais um campeonato nacional arrecadado em 1929/30, o clube conseguiu, por influências dentro do regime, e graças à popularidade de que gozava na época, chegar a um compromisso para recuperar parte do nome: foi denominado Ambrosiana-Inter em 1932. O Internazionale continuava proibido, visto que era também o nome da Internacional Comunista (Internazionale Comunista em italiano).
Após a queda do regime fascista em Itália, pelo ano 1945, o clube voltou à denominação original. Seguiram-se anos de recuperação plena da identidade e, por fim, a glória desportiva. Sob comando de Helenio Herrera, treinador que eternizou o Catenaccio, o Inter de Milão conquistou sete títulos, entre os quais duas Taças dos Campeões Europeus.
Embora tenha conquistado alguns títulos nas décadas seguintes, com destaque para três Taças UEFA, o Inter de Milão tardava em dominar no plano interno e internacional em simultâneo, algo que havia atingido com o técnico franco-argentino e com Angelo Moratti na presidência.
Seria o filho do histórico líder, Massimo Moratti, a conseguir um novo período de glória, após contratar José Mourinho. A aposta revelou-se acertada, visto que o treinador português conduziu os nerazzurri a um inédito triplete (venceu a Serie A, a Taça de Itália e a UEFA Champions League) – o Inter é, de resto, a única equipa italiana a alcançar tal feito.
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