
Aos 26 anos, Giorgi Kochorashvili desembarca em Alvalade com ambição e um perfil difícil de encontrar por 5,5 milhões de euros (mais 2 M€ em objetivos), num contrato válido até junho de 2030 e cláusula de rescisão de 80 M€.
Formado no FC Iberia 1999, anteriormente conhecido como FC Saburtalo, Kochorashvili mudou-se para Espanha em 2017, onde passou por diversos clubes, até chegar ao Levante onde foi campeão da Segunda Divisão Espanhola na época transata, onde marcou seis golos e fez quatro assistências em 35 jogos, com cerca de 52 passes por jogo e 89,5% de acerto.
Com a presença da Geórgia no Euro 2024, e após defrontar a seleção de Portugal, o “Capitão América” georgiano deu bastante nas vistas, apresentando um estilo de jogo repleto de intensidade, polivalência e presença no terreno de jogo: pode atuar como 6 ou 8, e é eficaz tanto na recuperação como na chegada à área adversária.
Chega para reforçar um meio-campo que já conta com Hjulmand, Morita, Daniel Bragança e jovens da formação como Felicíssimo ou João Simões.

O 4-2-3-1 é o novo sistema que Rui Borges parece querer estabilizar no Sporting 2025/26, com dois médios de cobertura/ligação. Neste contexto, a chegada de Giorgi Kochorashvili não é um acaso tático: é uma escolha pensada, criteriosa e com margem de impacto imediato. No duplo pivô, o Sporting precisa de equilíbrio. Um médio mais posicional (Hjulmand) combina-se com alguém que saiba transportar, pressionar alto e atacar os espaços entre linhas — papel perfeito para Kochorashvili.
Será Kochorashvili a alternativa perfeita a Morita? Só o tempo dirá, mas estou certo de que o seu conforto a receber a bola entre os centrais, capacidade de passe vertical e decisão e facilidade de chegada à área, o tornarão num jogador importantíssimo para o plantel leonino, na época que se aproxima.
Giorgi Kochorashvili não vem para compor plantel — vem para marcar identidade. Num Sporting que se reinventa em 2025/26, o internacional georgiano encaixa como uma luva: tem pulmão para carregar a equipa às costas, veemência para disputar cada centímetro do relvado e lucidez para decidir com critério em zonas de pressão.

É um médio moderno, feito de esforço e inteligência, daqueles que não brilham apenas nos highlights, mas que seguram uma equipa nos momentos em que poucos se chegam à frente. Entre pulmão, critério e intensidade, o georgiano pode ser o elo que faltava para ligar contenção e criação, numa equipa que quer continuar a sonhar alto e lutar pelo tricampeonato, que foge aos leões desde 1952–53, onde na época seguinte acabariam com se tornar tetracampeões.
Se corresponder à exigência de Alvalade como correspondeu nos grandes palcos internacionais, não tardará a conquistar os adeptos — e a levantar a dúvida: como é que este jogador custou tão pouco?