
Sexta-feira será dia de tudo ou nada para Portugal diante da Bélgica no Campeonato Europeu. Francisco Neto fez a antevisão do encontro e tocou nos mais variados pontos em relação à dificuldade do apuramento, mas também das opções que irá tomar.
Guarda-redes titular: «Não faz sentido dizer aqui. Só amanhã de manhã saberão quem vai jogar. Somos uma seleção que faz o que fazemos, a trocar porque confiamos muito na Patrícia e na Inês e nos dão coisas diferentes. Amanhã tomaremos a decisão na baliza e nas jogadoras de campo em função da estratégia. Tem sido desta forma que encaramos a posição e amanhã não é exceção. Estamos muito contentes com o trabalho das duas e da Sierra. Independentemente de não ter tantos minutos, nunca vira a cara ao trabalho e está sempre a morder os calcanhares às outras.»
Opções: «Nenhuma delas vai para a baliza por prémio. De forma natural, qualquer uma vai chegar às marcas de internacionalizações. Não será por prémio, mas por mérito delas. Golos? Já tivemos fases de muitos golos e muitas oportunidades, outras ao contrário. Temos de ter um Portugal que respeite ao máximo o outro lado. A primeira preocupação são os três pontos, ganhar o jogo. Em função do jogo, não valerá a pena pensar em muitos golos se não fizermos o primeiro golo para desbloquear. É uma equipa acima de nós no ranking, com jogos equilibrados e perante uma equipa com as suas ambições. Fala-se dos golos como se já tivéssemos ganho o jogo e não é nada disso. Se tivermos competência para começar a ganhar queremos marcar mais golos, serão importantes.»
Dificuldades no último encontro? «Acho que nos faltaram diagonais no último terço das nossas avançadas. Faltou um bocadinho e foi uma das coisas que abordámos. O 3-5-2 dá coisas muito boas, ganhámos na Bélgica com o 3-5-2. Dá coisas diferentes. Vamos perceber a abordagem da Bélgica, em 5-4-1 ou 5-3-2. O jogo de corredores está identificado, mas temos de perceber as nuances. Não é só Portugal, também há uma equipa do outro lado que está acima de nós no ranking. Tem feito coisas muito boas no Europeu, equilibrou o jogo com Itália e combater até certo momento com a Espanha. Temos dois sistemas a usar, contra Itália marcámos em 3-5-2. Mais que a estrutura, a dinâmica é que nos dá capacidade de ter bola.»
Fragilidades de Portugal: «Não posso informar, a treinadora estará atenta e perceberá os espaços a explorar. É um jogo jogado a 90 minutos e é importante quem começa e termina. A Telma entrou e ajudou, falámos do crescimento no nosso contexto e sabemos quando pode ser útil. É importante contar com as 22, infelizmente não temos a Ana. Queremos fazer um bom jogo e que a Ana consiga voltar a jogar por nós.»
Quem poderá entrar: «O que disse sobre a Telma, digo sobre a Lúcia ou a Francisca. Ambas vêm de lesões e na Francisca notou-se, começou a ter dificuldades ao longo do jogo. Temos de respeitar as jogadoras com meses de paragem. Temos um leque de jogadoras que nos aportam e permitem ter coisas diferentes. Gostaríamos de contar com a Ana Borges, mas confiamos em toda a gente. Mais do que quem começa é quem acaba e o jogo terá a sua história. Em função do jogo, as jogadoras terão performances diferentes. É preciso perceber o que o jogo pede».
Competição: «Há algo inegável: os adeptos, como os temos visto e toda a gente tem sido incrível. Torneio super agradável, bem organizado. Relvados sem razão de queixa e parece-me em excelentes condições. Como profissionais é o que pretendemos. Não podemos querer melhor: bons relvados, muitos adeptos e gente envolvida. Há oito anos quase que arrastámos a comunicação social, hoje temos gente maravilhosa a acompanhar-nos. Estamos muito felizes.»
Melhor participação de sempre num Europeu? «Só será a melhor participação se passarmos. Podemos chegar aos quatro pontos e ficar pelo caminho, há equipas com três que passam, no Masculino fomos campeões da Europa assim. O futebol tem destas coisas. Ficaremos orgulhosos da pontuação, insatisfeitos com o resultado final. Queremos os três pontos e procurar aumentar os golos o máximo que conseguirmos. Temos de ser competentes para vencer. Tem de ser golo a golo e não será fácil.»