
Portugal defronta esta sexta-feira a Bélgica, na última ronda do Grupo B, no qual tem de vencer a Bélgica e esperar que a Espanha bata a Itália, esfumando a diferença de cinco golo para as transalpinas, para conseguir um inédito apuramento para os quartos-de-final do Europeu feminino.
O selecionador nacional, Francisco Neto, antecipou o duelo com as belgas. "A questão de fazer mais golos do que o habitual, já tivemos fases de fazer muitos golos, temos de ter Portugal competente. A primeira preocupação é ganhar o jogo, percebermos onde estamos. Estamos a jogar com uma equipa acima de nós no ranking, temos o máximo respeito pela equipa que está do outro lado. Fala-se muito dos golos, parece que já ganhámos o jogo e não é nada disso", ressalvou.
Depois de uma exibição notável de Patrícia Morais frente à Itália, o treinador preferiu não desvendar se vai manter a rotatividade na baliza. "Não faz sentido dizer aqui, tanto na baliza, como nas jogadoras de campo. Somos das poucas equipas a fazer o que fazemos, rodar na baliza, confiamos muito nas características de cada uma delas [Patrícia Morais ou Inês Pereira]. Estamos muito contentes com o trabalho das duas, e há que salientar o trabalho da Sierra, nunca vira a cara ao trabalho." Perante a insistência na perspetiva de dar prenda a Inês Pereira pela 50.ª internacionalização ou a Patrícia Morais pela 100.ª, Francisco Neto defendeu: "Nenhuma delas vai para a baliza por prémio. Vão atingir as marcas por mérito."
Após a resposta dada frente à Itália, e desafiado a revelar se deixou 3x5x2 para trás das costas, Francisco Neto... não abriu jogo. E sustentou: "Acho que até nos faltou as diagonais das nossas avançadas e foi uma das coisas que abordámos na análise ao jogo. O 3x5x2 dá-nos coisas diferentes ao jogo. Depende se jogam com uma avançada ou com duas, têm abordagens diferentes também, a Bélgica conseguiu equilibrar muito bem o jogo com Itália. Temos de ser competentes e ter dois modelos para explorar os espaços, foi em 3x5x2 que vencemos a Itália", lembrou.
Sobre a possibilidade de dar a titularidade a Telma Encarnação, face à obrigatoriedade de marcar, o selecionador observou: "A Telma entrou, ajudou, mas mais do que quem começa, é quem termina. Não temos a Ana Borges [expulsa frente à Itália]. Em relação à Telma, à Lúcia ou à Francisca: a Francisca começou muito bem, depois teve mais dificuldades, esteve quatro meses parada, a Lúcia também está parada há algum tempo. Mas temos alternativas, como para jogar por fora à direita, a Catarina Amado, à esquerda a Joana Marchão, a Lúcia Alves, tanto por um lado como pelo outro. E a Ana é a jogadora mais internacional que temos e isso dá conta da importância que tem para nós. O que conta é o coletivo, o jogo vai pedindo coisas diferentes", concretizou.
Quanto à organização do Europeu, só elogios. "Temos tido oportunidade de poder fazer a comparação, é a nossa terceira fase final consecutiva muitos adeptos, a forma como têm estado nos estádios, mas também participado nas várias fan zones tem sido incrível. Há oito anos, quase que tivemos que arrastar a comunicação social para estarem connosco e hoje temos aqui muita e boa gente a acompanhar-nos. Os relvados têm estado impecáveis e julgo que é isso que se vai passar uma vez mais. Está de parabéns a organização e, sobretudo, os adeptos."