
Nem sempre é fácil para um árbitro descodificar quando um jogador sofre falta ou está simplesmente a simular. Mas no caso de Félix Brych isso era um pouco diferente, pois o alemão tinha formas de conseguir 'ler' melhor as simulações. Principalmente, quando eram feitas por... Neymar.
"O Neymar era lendário. E não era sem razão. Quanto mais o rosto dele se contorcia de dor, mais calmamente eu deixava o jogo acontecer. Um jogador com muita dor cai imediatamente no chão e não rebola pelo campo para sempre", afirmou o antigo árbitro alemão em entrevista para a revista 'Focus'.
E prosseguiu: "Eu via o quadro todo e não apenas os jogadores diretamente envolvidos. Muitas vezes, consegui dizer pelas reações das pessoas ao meu redor se era falta ou não. Se olhassem para mim primeiro, não podia ser tão grave. Se a preocupação deles com o companheiro de equipa ou em relação ao adversário fosse maior, então as coisas eram diferentes".
Depois de um total de 858 jogos arbitrados, 359 deles na Bundesliga, Félix Brych colocou na última época um ponto final na sua carreira enquanto árbitro e não escondeu o alívio: "Foi como uma libertação, para ser sincero. Uma libertação depois de 21 anos de desporto profissional. Vivi uma ótima fase, que agora terminou com uma decisão consciente. Tive de esforçar-me ao máximo repetidamente e a recuperação estava a tornar-se cada vez mais difícil. Agora, já posso ver um jogo de futebol de forma descontraída", afirmou.