A equipa feminina de basquetebol do Esgueira conquistou inédita Taça Federação no historial do clube.

As bicudas venceram o Benfica na final da prova, no último domingo, em Queluz, colhendo primeiro fruto de uma mudança de paradigma sobre os objetivos assumidos pelo conjunto aveirense para a temporada em curso, no culminar de quatro anos em constante evolução no panorama competitivo nacional: a assunção de objetivos mais ambiciosos.  

Na liderança técnica do projeto está o jovem treinador, de 42 anos, André Janicas. «O que fizemos foi mudar o discurso para dentro e para fora do balneário. Temos vindo a crescer a cada ano como equipa, com os resultados a refletirem-no, e assumimos a pretensão de estabelecer metas mais altas: estar em todas as finais das principais competição em Portugal. Fizemo-lo, correndo o risco de não as alcançar, vimo-las como objetivos lógicos e nem por isso colocámos jogadoras sob maior pressão.»

A sustentar o acréscimo de ambição está o plantel manter-se praticamente inalterado há quatro época. «Houve apenas a saída, há duas ou três semanas, de uma jogadora estrangeira, e a entrada da Bárbara Souza [poste brasileira que foi distinguida como MPV da final vitoriosa da Taça Federação, com 21 pontos, 16 ressaltos e quatro assistências], que já conhecia o basquetebol português e a nossa equipa por estar há várias temporadas a jogar no nosso país. Portanto, sim, é a coesão e a solidez que nos motivaram a elevar a fasquia», reconheceu André Janicas, que aponta a mais conquistas. 

«Como disse, queremos disputar todas as finais, das Taças e da Liga, a da Federação já conseguimos e ganhámo-la, e agora queremos as demais. E sim, ganhar o campeonato é um objetivo», frisa o técnico, que elege a «força mental» da equipa como determinante para a recente vitória. «Enfrentámos as meias-finais e a final da Taça Federação, e em ambas prevaleceu um fator decisivo, o facto de ter sido capazes de suportar a pressão, em sentidos inversos.

No primeiro jogo, para nos mantermos em vantagem sobre o GDESSA e no segundo, a final, para conseguirmos ter dado a volta contra o Benfica».  

E explica: «Em ambos os jogos, ao intervalo, no balneário, relembrei às minhas jogadoras algo que repito amiúde a meio das partidas: ‘o jogo só está decidido no final’, e se nalguns casos é preciso fazer por garantir a vantagem, noutros é necessário recuperar para vencer. Foi o que lhes disse.

Contra o Benfica, no final da primeira parte tinhamos apenas 3 faltas de equipa, o que refletia escassa agressividade defensiva. Logo nós, que somos a equipa com mais roubos de bola da Liga e uma das que melhor defende! Acusámos a pressão de defrontar um adversário mais experiente, habituado a momentos decisivos como aquele, mas fomos capazes de reabilitar-nos mentalmente. Foi essa força interior, com que as jogadoras foram capazes se focarem e, assim, de dar o melhor delas próprias, que nos levou a vitória».